Zema parcela 13º e Bombeiros sugerem greve

Maria Tereza Oliveira

Em meio a um turbilhão de polêmicas, insatisfações e tragédias, os primeiros 30 dias do governo Zema (Novo) divide opiniões. Para esquentar ainda mais as discussões, na segunda, 28, o governador anunciou que o 13º salário, referente a 2018, dos servidores estaduais ativos, inativos e pensionistas será dividido em 11 parcelas.

O comunicado foi feito por meio das redes sociais do chefe do Executivo estadual. Zema alegou que sua equipe estudou todas as possibilidades para pagar o 13º e que a única forma viável seria o parcelamento em 11 prestações, de fevereiro a dezembro.

De acordo com nota enviada para a imprensa, as parcelas serão depositadas no primeiro dia útil após o dia 20 de cada mês, a começar em fevereiro.

Servidores

Atualmente, a folha de pagamento do Governo de Minas conta com 371.786 servidores ativos, 256.081 inativos e 52.000 pensionistas, totalizando 679.867. 

Logo após o anúncio, a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar (AOPMCBM) de Minas Gerais divulgou uma nota de desagrado sobre a situação.

De acordo com a nota, a associação lamenta a decisão e disse que a notícia “conseguiu piorar o que já era ruim”.

— Como diz o ditado: “nada é tão ruim que não possa piorar.” Parece que a governança não quer enxergar o caos que a medida acarreta — queixou.

A AOPMCBM destacou que as famílias dos servidores estão endividadas, com a renda comprometida, além de problemas de saúde dos servidores decorrentes desta situação e que a desmotivação começa dar sinais nos quartéis na prestação da segurança pública.

— Será preciso adoção de posturas radicais e contundentes que comprometam o Estado de Direito? Cadê o dinheiro do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)? Vamos restringir os mais dez mil
benefícios fiscais de isenção de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), existentes no estado — ameaçou.

A associação compara a atual situação com um estado absolutista, no qual prospera a vontade do chefe do poder em detrimento de seus servidores.

— Estamos pagando uma conta muita alta pela má gestão dos políticos anteriores — lamentou.

Na nota, os bombeiros revelam que estão observando o Legislativo, Judiciário e o Ministério Público (MP) e apontam a disparidade das situações.

— Enquanto cobramos o 13º salário, eles já receberam até o 14º — compara.

Atrasos em várias esferas

Na semana passada, após uma assembleia da Associação Mineira dos Municípios (AMM), ficou decidido o adiamento das aulas da rede municipal de diversas cidades, incluindo Divinópolis, devido aos atrasos do Estado.

Com a decisão, as aulas que estavam com início marcado para o próximo dia 12, agora mudaram para 11 de março, ou seja, quase um mês de atraso.

Ameaça de impeachment

Insatisfeitos com as medidas do novo governador, quando o assunto sobre os atrasos estaduais voltou à pauta, dezenas de prefeitos aproveitaram para tecer críticas a Zema e, inclusive, sugerir um impeachment do governador.

Entre as medidas propostas pela direção da AMM está a ameaça de protocolar um pedido de destituição de cargo de governador Romeu Zema já na próxima sexta, 1º, no retorno dos trabalhos na Assembleia.

Além do impeachment, os prefeitos sugeriram fazer uma grande manifestação no dia da posse dos deputados.

Alguns consideraram a sugestão precipitada, outros endossam a insatisfação, mas, de concreto há apenas a certeza de que Zema teve um primeiro mês de governo tumultuado.

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