Zema nega uso de Hospital Regional
Maria Tereza Oliveira
O coronavírus (Covid-19) continua como o assunto em evidência cidade. Até ontem, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Divinópolis tinha 232 notificações e, destas, 199 estavam em análise, 32 foram descartadas e uma confirmação. Em meio à pandemia, a problemática botou holofotes em uma situação: as consequências da não finalização das obras do Hospital Regional Divino Espírito Santo. A falta de uma estrutura para o combate ao vírus fica mais evidente principalmente em relação aos leitos, que poderiam ser utilizados neste momento. Por isso, o prefeito Galileu Machado (MDB), junto de chefes do Executivo da região, tentavam a liberação de alas no hospital, mesmo sem as obras serem concluídas. No entanto, o secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, negou o pedido em coletiva ontem.
Na terça-feira, 24, em reunião, junto aos chefes do Executivo de Carmo da Cajuru e Cláudio, Machado revelou que iria enviar uma carta para o Governo do Estado, reivindicando a disponibilização de 140 leitos para o enfrentamento do coronavírus.
Pedido
Além do prefeito divinopolitano, a carta conta com a assinatura de 13 chefes do Executivo da região. Em transmissão com Machado, o prefeito de Carmo do Cajuru, Edson Vilela (PSB), que também é presidente do Conselho Fiscal do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste para Gerenciamento dos Serviços de Urgência e Emergência (Cis-Urg), além do prefeito de Cláudio, Zézinho do Zé do Zuquinha (PRTB), que também é presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Itapecerica (Amvi), reforçaram a importância do hospital neste momento.
A medida, segundo os prefeitos, é uma precaução, caso a situação se agrave ainda mais.
Negado
Em coletiva, a Secretaria de Estado de Saúde informou que o cenário não é viável, por enquanto, para o governo estadual.
— Nós estamos fazendo avaliação de possível abertura de leito dentro do estado, baseado em vários cenários que possam acontecer desta epidemia. No caso específico destes hospitais [regionais], nós temos eles com obras paradas, a maioria está com menos de 60% da construção concluída e, neste momento, nos parece muito precoce pensarmos em retomar essas obras para transformá-los em hospitais de campanha — avisou o secretário Carlos Eduardo Amaral.
Ele ainda revelou que o Estado está avaliando, caso haja necessidade de abertura de leitos, a possibilidade de utilização de estruturas que já estão prontas.
— Nós temos um prazo curto e, para concluir obras grandes como estas, com certeza não é o caminho neste momento. Precisamos de leitos que entrem em operação de forma mais rápida — justificou.
Na mesma coletiva, o secretário informou que está em constante contato com o Ministério da Saúde sobre os recursos utilizados no enfrentamento do Covid-19.
— Já recebemos R$ 43 milhões que foram destinados à ampliação de leitos de terapia intensiva no Estado. R$ 60 milhões que ainda estão sendo estudados onde serão empregados, embora seja na Saúde — contou.
Busca por apoio
Desde a semana passada, o Município busca apoio dos prefeitos da região na tentativa de convencer o governador Romeu Zema (Novo) de que o Hospital Regional, mesmo inacabado, é a melhor alternativa para se montar uma estrutura de atendimento a pacientes com coronavírus que necessitem de internação.
Galileu destacou que, neste momento, as discussões acerca da questão não passam por temáticas políticas ou mesmo de cunho econômico.
Com a negativa do Estado, a Prefeitura usará o espaço da UPA como hospital de campanha. O anúncio foi feito em coletiva ontem pelo secretário de Saúde, Amarildo Sousa. (Detalhes na página 4.)