Zema assume Estado com déficit financeiro

Maria Tereza Oliveira

Na próxima terça-feira, 1º, Romeu Zema (Novo) toma posse como governador do Estado. Com inúmeros desafios, o chefe do Executivo de Minas, assume o estado com sérios problemas financeiros.

Com uma dívida com os municípios de aproximadamente R$ 10 bilhões, Zema e sua equipe terão de suar para colocar Minas no eixo e ainda ter de lidar com inúmeras complicações.

Orçamento limitado

No último dia 20, foi aprovado em turno único, o Projeto de Lei 5.406/18, de autoria do governador Fernando Pimentel (PT), que trata do Orçamento do Estado para 2019.

Como veredicto, a proposta orçamentária teve 1.621 emendas aprovadas, além de 84 rejeitadas e as 34 retiradas pelos autores.

Com o resultado, haverá um crescimento de 41,54% do déficit orçamentário de Minas para o próximo ano em relação a 2018.

Estima-se que a receita será de R$ 100,33 bilhões com um aumento de 7,91% de verba. Em contrapartida, a despesa será de R$ 111,77 bilhões, com o aumento de 10,60%. A diferença representa um saldo negativo de R$ 11,44 bilhões.

Isso ocorre, dentre outras coisas, devido à emenda 96/2018, que tornou as emendas parlamentares impositivas, ou seja, tornou obrigatória sua execução pelo Executivo.

A previsão orçamentária do Estado com o pessoal ficará em R$ 37,27 bilhões, o que ultrapassa o limite de 60%, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Povo fala

Além dos problemas já citados, muitas pessoas têm receio de como será a nova gestão, devido às complicações enfrentadas pelo estado. É de conhecimento geral que Minas deve cerca de R$ 10 bilhões de repasses aos municípios, sendo R$ 100 milhões para Divinópolis.

Isso fez com que as pessoas ficassem preocupadas quanto ao futuro de Minas. O Agora ouviu pessoas que opinaram sobre a situação.

O jornalista Henrique Silva, 23, acredita que o governador eleito terá de encarar desafios na gestão do Estado.

— Em minha opinião, Zema vai ter muita dificuldade em colocar Minas no eixo novamente. Não porque o governo que está saindo tenha sido irresponsável, mas sim porque o estado já vem em uma situação caótica desde os escândalos do “mensalão tucano” que desviou muito dinheiro dos cofres estaduais — lembrou.

Ele também destaca o problema nos salários dos funcionários estaduais.

— Creio que não vai ser nada fácil pagar, pelo menos em dia, os servidores mineiros, já que são muitos. Enfim, desejo sorte e que ele pense no povo mais simples porque é esse que sempre sofre no final — desejou.

Para a estudante Kelly Santos, 20, apesar de Zema ter uma tarefa árdua, ele vai conseguir driblar a crise.

— A equipe do Zema é muito qualificada. Além de grandes profissionais, ele também tem secretários de governos anteriores, que já possuem experiência — reforçou.

Kelly acha que a parte mais difícil será em relação aos repasses.

— A dívida já é muito grande. É extremamente difícil conseguir colocar os salários dos servidores em dia. Eu não acho que isso é algo que pode ser solucionado em curto prazo — afirmou.

Ela também destaca a diferença entre administrar uma empresa em comparação com um estado.

— Não há dúvidas de que Zema é um excelente empresário. Mas quando se é dono de uma empresa, você pode fazer as coisas do seu jeito. Já quando se administra um Estado, a história é outra. São administrações distintas. Ou pode dar muito certo ou muito errado e nós vamos pagar para ver — compara.

Cerimônia

A solenidade começa a partir das 9h e, além de Zema, o vice Paulo Brant (Novo) também será empossado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em Reunião Solene de Plenário.

A cerimônia contará com a presença da cúpula de aço de cadetes da Polícia Militar, prefeitos, vices e diversas autoridades do Estado.

Zema

O governador eleito é conhecido por comandar o Grupo Zema. Natural de Araxá, o empresário tem negócios nos segmentos do varejo de eletrodomésticos e móveis, distribuição de combustíveis, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças.

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