Votos para o ano de 2021

Augusto Fidelis

O ano novo que ora vivenciamos não foi capaz de sacudir a poeira  que tanto mal nos fez durante o ano velho, e as mazelas continuam, embora nem tudo esteja perdido:  estamos vivos. E, se há vida, a solução de qualquer problema é possível. Então, é justo volvermos os olhos para o infinito e dar graças a Deus por tudo que nos ocorreu durante o ano que terminou. Mesmo as coisas desagradáveis, porque somente as presenciamos por estarmos vivos, e estar vivo é a graça das graças. Quanto a nós, não só ficamos vivos, mas também tivemos saúde e sabedoria para resolver todos os problemas, além da disposição para carregar o fardo que representa a nossa cota de sacrifícios na vida e a fé necessária para animar a caminhada, com a certeza de que iríamos chegar. 

Mas ninguém caminha sozinho, porque ao longo do percurso muitas outras pessoas também caminham e os destinos vão se cruzando. O relacionamento humano é muito difícil, portanto, é preciso conviver. E viver com o outro exige paciência, compreensão, renúncia, amor. É preciso aceitar o outro como ele é, mas o outro também tem de entender que há mais alguém além de si, que merece carinho, atenção, enfim, amor. 

Não temos família constituída, então, o tempo que certamente dedicaríamos à nossa, o empregamos na observação da família dos outros, de maneira isenta, já que não somos parte do processo e com visão privilegiada, a distância. Por esta e outras razões, concluímos que devemos dedicar os nossos comentários neste início de ano às famílias, no sentido de ajudá-las na busca do equilíbrio e da felicidade perene. 

No Livro do Eclesiástico (Eclo 3,3-7,14-17a) assim está escrito: “Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o pai alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem honra o seu pai terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido”. Este texto prossegue na exortação aos filhos no sentido de que tenham compreensão com os pais, mesmo que eles tenham perdido a razão.

São Paulo apóstolo, na carta aos Colossenses (Cl 3,12-21), faz aconselhamento na mesma linha do Eclesiástico, que pede a caridade dos filhos para com os pais, porém, ao mesmo tempo, pede o mesmo aos pais com relação aos filhos: “Esposas, sede solícitas para com os vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem”. Com carinho, estes são os nossos votos para 2021. Cabe a cada um fazer o seu Ano Novo!  

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