Voo rasante

Normalmente, os políticos não têm coragem de assumir os seus malfeitos preferindo por uma simples questão de lógica, dar singular altitude para o que considera como bom, de valor. Não é pois um privilégio de Divinópolis que o atual prefeito desfavoreça a atuação do seu antecessor, como de resto em todo o país, onde quem assume sempre costuma fazer como Lula, quando disse ter pegado uma herança maldita!

Hoje, vive-se por aqui um problema de uma solução tão fácil que chega a causar uma certa consternação para quem está na cúpula diretiva do município. Trata-se do caso da provável saída (ou perda) da linha aérea para Campinas, atualmente em três vezes: segundas, quartas e sextas-feiras.

Como de sempre, a atual administração culpa quem administrava, por ter deixado uma dívida impagável. Para o prefeito da época, Vladimir Azevedo (PSDB), realmente isto era uma verdade, tanto que ontem ele fez questão de distribuir uma nota, reconhecendo que havia investido mais de R$ 15 milhões com o novo terminal, para trazer um caminhão dos Bombeiros que estava em Passos, reparos necessários em outra pista e que ficou devendo cerca de R$ 700 mil. Esta dívida, segundo a mesma nota, estava devidamente equacionada e já poderia estar paga, não fosse a passividade da atual administração.

Vladimir disse a este diário que realmente deixou de pagar, ou em aberto para acertos, algo em torno de três prestações do contrato com a Socicam; por isso, não pode entender o porquê da dívida, se o atual prefeito deveria ter pagado a atual dívida de R$ 2,6 milhões, já que está há 15 meses no poder. “A dívida não é minha e nem de minha responsabilidade e, sim, da atual administração, que não tem feito a sua parte pagando as 15 prestações atrasadas, ou seja, o mesmo tempo que está no poder.”

Quanto à Socicam, o ex-prefeito disse que foi obrigado a fechar contrato com a empresa porque, se não o fizesse, a Azul não operaria aqui, já que o prazo que tinha para montar esteira, raios-X e treinar pessoal era muito pequeno.

Tem razão em parte o ex-prefeito, mas não o tem o atual, que há muito poderia ter feito como Araxá e Varginha, que, depois de iniciadas as rotas aéreas, montou a sua própria estrutura e hoje a primeira gasta cerca de R$ 30 mil, enquanto a segunda pouco mais de R$ 40 mil, segundo dados colhidos ontem pela reportagem do Agora.

Divinópolis não perderá os voos, mas pode a Prefeitura fazer duas coisas básicas e essenciais: resolver o problema com os locatários dos hangares e montar a sua estrutura. Assim, a despesa com os mais de 20 trabalhadores atuais seria reduzida para quatro ou cinco pessoas. Com a economia, tudo estaria resolvido e sem mimimi de qualquer parte.

OLHO: Divinópolis não perderá os voos, mas pode a Prefeitura fazer duas coisas básicas e essenciais

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