Virou rotina

Depois do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, todo fim de semana, a retirada de moradores de algum lugar de risco virou rotina. Neste último não foi diferente. Cerca de 100 moradores do Distrito de Macacos, em Nova Lima, foram acordados com sirenes da Vale para evacuarem. Muitos não sabiam nem o que fazer. Até que acordaram para a realidade, já estavam chegando a um local destinado a eles, na região, ou a hotéis em Belo Horizonte. Até quando esse tormento vai durar? De um jeito ou de outro, esse povo precisa ter sossego. Não dá para continuar como ciganos e cheios de incertezas.

Esperam resposta

Claro que é louvável a retirada, principalmente, depois das tragédias de Mariana e Brumadinho. O problema é que eles não podem ficar esperando pela boa vontade dos responsáveis para saber, se voltam ou não para casa. Se for voltar, ótimo, se não, que se criem condições adequadas de moradia em outro local, com no mínimo, a estrutura que possuíam antes, em seus locais de origem.

Sem previsão

Sair da rotina de forma brusca e ficar em um lugar bem diferente do seu habitat, realmente não foi feito, principalmente, para pessoas mais idosas que nasceram e cresceram nestas comunidades. Afinal, elas já estavam lá quando a exploração do minério para enriquecimento de meia dúzia chegou. Lamentável, mas pelo menos por enquanto, moradores da comunidade de Pinheiros, em Itatiaiuçu, e Macacos terão que ficar olhando para cima, assistindo o tempo passar. Não há previsão de retorno deles para suas residências, enquanto novos laudos atestando a estabilidade das barragens não forem emitidos. O tempo? Só Jesus.

Tira ou não tira

A rotina das barragens é em Minas Gerais. No entanto, não é só este assunto que a cada semana assusta e entristece os brasileiros. No âmbito político, a situação consegue ser ainda pior. É uma troca de mensagens “daquele modelo” daqui, dali. O palavreado, então, dispensa comentários. No meio do fogo, está o presidente Jair Bolsonaro. Se tira o ministro, vai levar cacetada, se não tirar, do mesmo jeito, principalmente vinda de sua família.  O certo é que o seu partido, que mais criticava o PT, cometeu falcatruas idem, e alguém tem que pagar. Como “a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco”, para ele é que não vai sobrar.

É para todo mundo

A moda agora é economizar e, para isso, não importa onde, é preciso cortar na carne.  Claro que o Executivo em todos os níveis é quem vem enfrentando todas as dificuldades, em situações de caos, como Divinópolis e Minas Gerais. Porém, isso não significa que outros poderes, como Legislativo e Judiciário podem atolar de mel até o pescoço. Recebem em dia, ganham gratificações e o outro poder é que “se vire nos 30”. Não. Todo mundo precisa entrar no mesmo barco, porque, caso ele afunde, todos vão juntos. Então, poupar não tem que ser moda e sim, obrigação. Assim, a proposta da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para que os deputados não ganhem auxílio-moradia de quase R$ 5 mil é louvável. Como se vê, o socorro precisa vir de todos os lados.

Se a moda pega

Já que é para economizar e se pode cortar algo que não é de interesse da população, o governador Romeu Zema (Novo), foi no ponto. Ele pretende economizar alguns milhões de reais com o corte de medalhas que tradicionalmente são entregues pelo Estado para homenagear personalidades de diversas áreas. Somente em 2018, foram gastos mais de R$ 3,3 milhões para bancar eventos de entrega de 11 medalhas, número de honrarias existentes em Minas conforme lei. Em Divinópolis, a Câmara entrega bem umas 100 medalhas por ano. É homenagem a perder de vista. Está na hora de começar cortar também. Afinal, o que é bom e benéfico para a maioria, é para se copiar, sim.

De 11 para 1

O governador irá propor à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que seja mantida apenas a entrega da Medalha da Inconfidência, que acontece em 21 de abril, em Ouro Preto, a mais alta comenda concedida pelo Governo de Minas. A proposta é que a homenagem deste ano seja feita às Forças Integradas de Segurança, que atuam no socorro e proteção às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e polícias Militar e Civil. Com a palavra, o Legislativo.

Reforço

O comando do 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, com sede no bairro Bom Pastor, recebe hoje, a maior autoridade da Marinha em Minas Gerais, o capitão de Mar e Guerra, Nicácio Satyro de Araújo. Ele participa de reunião, onde firmará parceria com a corporação para reforçar os bombeiros na atuação nos dias de Carnaval. O foco das ações são locais muito procurados por foliões, como a Barragem de Carmo do Cajuru.

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