Vídeo de ‘fezes’ em água é fake, diz Copasa

Ricardo Welbert 

O fim de semana em Divinópolis foi marcado pela viralização de um vídeo gravado por um cidadão na estação de tratamento de água da Companhia de Saneamento (Copasa) na cidade. Segundo o cinegrafista amador, que não se identifica na gravação e que compartilhou o vídeo no aplicativo WhatsApp, algumas impurezas visíveis na água seriam fezes.

— Boa tarde, gente. Estou pegando uma viagem d’água aqui na Copasa. Analisem a água que sai nas torneiras das suas casas em Divinópolis. Se trata de água tratada com o caminhão-pipa. Olha a toada. Merda purinha. Cheio de caminhão-pipa pegando água. O povo trabalhando e ninguém vê nada e ninguém fala nada. Um mal cheiro danado — diz o homem no vídeo, enquanto mostra compostos sólidos na água em um dos tanques.

De acordo com o superintendente da empresa, João Martins, as informações do vídeo são falsas. O vídeo foi gravado no canal da saída dos decantadores, tanques com a função de aglutinar flocos formados após a dosagem de produtos químicos na etapa anterior.

— A parte pesada que aparece floculando no vídeo é formada por lodo e barro. Depois dessa etapa, a água segue para o filtro. Em seguida, temos ainda a água em um tanque onde ela recebe mais uma carga de produtos químicos. Depois disso é que é feita a distribuição. De forma alguma o que é retido no decantador é distribuído à população — explica.

Ainda segundo João Martins, uma informação errada sobre o tratamento de água distribuída nas mídias sociais pode gerar alarme e transtornos aos consumidores.

— Assim que tivemos acesso ao vídeo, viemos para a estação de tratamento e fizemos um pedido para que outras pessoas viessem, inclusive da Vigilância Sanitária, que vieram e confirmaram que não há qualquer anormalidade. Reafirmamos e tranquilizamos a população —pontuou.

Processo

O setor jurídico da Copasa analisa a possibilidade de processar o autor do vídeo. O conteúdo da gravação foi bastante debatido durante a reunião de ontem da Câmara, com alguns vereadores criticando e outros defendendo a divulgação da gravação. O vídeo deverá ser anexado às investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta no Legislativo para apurar indícios de irregularidades no tratamento e na distribuição da água pela empresa no município.

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