Vidas importam

Augusto Fidelis 

Há no Youtube um vídeo intitulado “Grito Silencioso”, narrado pelo médico norte-americano Bernard N. Nathanson, no qual ele expõe a indústria abortiva nos Estados Unidos. Esse médico foi presidente da Liga Nacional de Apoio ao Aborto, com mais de dez mil casos no currículo, mas mudou de lado quando assistiu ao vídeo sobre o que ele fazia, com tanta desenvoltura.

O referido vídeo é sobre uma criança de 12 semanas a ser abortada. A câmera mostra o bebê tranquilo no útero da mãe, chupando o dedinho. De repente, ele percebe o perigo que se aproxima e abre a boca como num grito de desespero e começa a se movimentar, tentando fugir do seu algoz. Mas não adianta, pois a criança vai sendo torturada, desmembrada, destruída pelos instrumentos de aço do aborteiro. Seus pedaços vão sendo sugados para fora. Quanto à cabeça, na impossibilidade de ser sugada por inteiro, é esmagada como uma coisa qualquer.

Depois desse episódio, Bernard passou a condenar tal prática e a pedir respeito à vida uterina, pois entendeu que o feto tem sentimento, é uma pessoa igual a todos os outros que já nasceram e estão por aí, fazendo o bem ou o mal, inclusive conspirando contra aqueles que ainda não puderam ver                                          a luz do sol ou contemplar o céu estrelado ou apreciar a chuva regando as flores do jardim.

Estamos em pleno século XXI e vemos que vidas continuam sendo destruídas de forma medonha, não só a de bebês indefesos, mas também de pais e mães de família e de muitos jovens, boa parte envolvida com as drogas. A vida continua sem valor, até porque as leis e a ação da justiça contribuem para esse quadro de desolação. Há, no mundo, forças poderosas conspirando para o mal. Há vozes que se levantam, não só para defender a vida, mas também para manipular a vida e colocar todo mundo na vala comum.

A morte de George Floyd foi o estopim para os inúmeros protestos que ainda vivenciamos em várias partes do planeta, particularmente nos Estados Unidos, Europa e África. Faixas se erguem daqui e dacolá com frases: “Vidas negras importam” ou “Vidas brancas importam”, quando o correto seria dar importância a todo ser vivente, branco ou negro, porque o caráter de uma pessoa não está na cor da pele, mas no cérebro, cuja cor é igual para todos. 

No mundo, não existem somente negros marginalizados. Muitos têm posição social e boa situação financeira. Ao mesmo tempo, há brancos miseráveis, sem oportunidade. Se a humanidade levasse em conta o que dissera Jesus: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, seria a felicidade completa. Sâmara Santana Câmara também dá seu conselho, que vale uma boa reflexão: “Ame-se! Respeite-se! Valorize-se! Desapegue-se! Viva! Deixe o outro viver! O amor só é lindo com asas e espaço...!”.

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