Vereador protocola pedido para retomada de cultos

Da Redação

O comércio em Divinópolis retorna gradualmente à normalidade. Alguns setores ainda continuam fechados ou proibidos de funcionar diariamente. Um exemplo de instituições afetadas pela crise causada pelo novo coronavírus e impedidas de receber o público são as igrejas. Diante do impasse, o vereador Marcos Vinicius (Pros) apresentou um pedido para a reabertura dos espaços.

Recentemente, o parlamentar promoveu um “drive-culto” pela cidade, no qual, dentro de um veículo, transmitia palavras de fé para os moradores. O evento, no entanto, foi interrompido pela presença de órgãos de segurança, após denúncia e a identificação de aglomerações nos locais.

Solicitação

No ofício, o vereador pede a retomada dos cultos religiosos na cidade. 

— Ciência e fé ou religiosidade devem ser aliados. Um complementa o outro. As igrejas podem contribuir muito já que exercem o controle social — afirmou.

Com a reabertura parcial do comércio, ele vê a possibilidade de, seguindo as recomendações sanitárias, autorizar a retomada das celebrações.

— A celebração dos cultos e missas presenciais com essas medidas não é mais danosa que aglomeração nas academias, filas nos bancos, supermercado e em vários outros segmentos sociais — reflete.

As medidas citadas pelo vereador estão listadas no documento, como o uso obrigatório de máscara e a distância de 1,5 metro entre os assentos disponíveis. Marcos Vinicius também orienta a realização da liturgia sem a permissão de contatos físicos. Para garantir o cumprimento das ações, as igrejas se comprometeriam a comunicar aos fiéis sobre as restrições.

— Serão afixados cartazes informativos na porta dos templos com as orientações sobre a obrigatoriedade do uso de máscara, higienização com álcool em gel, capacidade máxima de pessoas permitidas e outros. Os fiéis também serão orientados a evitar aglomerações na entrada e saída — detalha.

Caso o funcionamento de tais instituições seja autorizado, o parlamentar recomenda aos idosos, pessoas do grupo de risco para o coronavírus e recém-chegados de viagens a epicentros da doença a não participarem presencialmente das celebrações.

Outra preocupação apontada por Marcos Vinicius é com a higienização do local. Segundo ele, as igrejas seriam responsáveis por garantir a desinfecção dos ambientes.

— Os locais de culto e ambientes em anexo serão submetidos a criterioso procedimento de limpeza e higienização com os produtos recomendados, observando-se as determinações da OMS — promete o pedido.

O ofício apresentado cita, como uma das justificativas, a Constituição Federal: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurado o livre exercício do cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção dos locais de culto e suas liturgias”. Outro ponto para sustentar a viabilidade do pedido é a classificação do governo federal sobre quais serviços são considerados essenciais.

— Houve recentemente o reconhecimento da igreja como serviço essencial, mormente por sua destacada atuação na manutenção, reestruturação e recuperação emocional, física e espiritual de milhares de pessoas — argumenta.

A solicitação também apresenta as igrejas como parte importante para a manutenção da saúde mental de seus fiéis.

— Pastores, padres e líderes religiosos são formadores de opinião e atuam como pronto-socorro espiritual às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Com o fechamento abrupto das igrejas e a proibição de celebração dos cultos por quase dois meses, milhares de pessoas foram privadas do atendimento pastoral e dos tratamentos terapêuticos realizados pelos ministros religiosos — pontua.

Por fim, a solicitação declara que, além do atendimento espiritual, “as igrejas prestam relevantes serviços de assistência social”.

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