Vereador explica ação da PF e rebate denúncia

Cesar Tarzam teve campanha aprovada pela Justiça e diz que concorrente quer cassar seu mandato

Flávio Flora

O vereador Cesar Henrique Fernandes e Silva, líder do Partido Progressista (PP) na Câmara de Divinópolis e mais conhecido como Cesar Tarzam se pronunciou nesta sexta-feira, 30, sobre a operação da Polícia Federal que investiga irregularidades supostamente cometidas por ele e cabos eleitorais seus durante a campanha de 2016. O político negou as acusações, disse que seu mandato é caracterizado pela transparência e afirmou que um concorrente deseja seu cargo. 

— Essa denúncia não interrompe e nem vai atrapalhar meu empenho em prol de Divinópolis. Nenhuma agenda será desmarcada, estando meu gabinete totalmente aberto para prestar qualquer esclarecimento que for necessário — declarou. 

O vereador classificou a acusação de coação de testemunhas como algo “desnecessário”. 

— Se eu ganhei na Justiça Eleitoral, não tem sentido coagir para mudar testemunho de pessoas que eu nem conheço — afirmou.  

A defesa de Tarzam sustenta que houve litigância de má fé, com o objetivo de vencer a demanda pela cassação do mandato e que houve prática de abuso de direito por não se considerar o Código Eleitoral. 

Os advogados do vereador alegam ainda que houve “denunciação caluniosa” e que isso provou “enormes prejuízos” a Tarzam. Falam em abertura de inquérito para investigar o que há e quais pessoas estão por trás das acusações, para que elas também sejam processadas, julgadas e condenadas. 

Denúncia 

Fatos coligidos na petição indicam que Anderson Moreira Gonçalves, conhecido também como Cubu, então vice-presidente da Associação de Moradores do Interlagos, operava como assessor especial de Tarzam. Ele recebia doações, incluindo um empréstimo seu, usadas para pagar despesas de campanha. Parte delas, segundo o denunciante, não foi contabilizada. 

Consta no documento que o comunitário trabalhou para Tarzam quando o agora vereador era presidente da associação, em troca de cargo de primeiro assessor em seu gabinete. Afirma que o candidato empossado não cumpriu o trato, apresentando outro “esquema”, do qual ele estava fora. 

As investigações em andamento pela Polícia Federal também foram solicitadas pelos advogados de defesa para apuração. Anderson Gonçalves não foi encontrado para comentar o caso.  

Entenda 

A operação foi conduzida pelo delegado federal Antônio Benício Cabral com assistência do promotor de Defesa do Patrimônio Público, Gilberto Osório. Quando ocorreu, o vereador estava em Brasília, em visita de trabalho a órgãos do governo federal. 

— Nós tivemos informações comprovadas de que ele tentou interferir na consciência das testemunhas. Tentou direcionar as testemunhas. Isso atrapalha a investigação e pode levar a uma conclusão errada. Então, pedimos uma medida cautelar e o juiz concedeu — afirmou o delegado, indicando que Tarzam ainda prestará depoimento e que, por ser pessoa investigada, será a última a ser ouvida no inquérito. 

A petição reafirma denúncias de várias atividades e comportamentos considerados ilícitos ao longo da campanha, como compra de votos, boca de urna e transporte de eleitores, dentre outros. Se forem confirmadas, Tarzam poderá ser cassado.  

— Não só ele, mas também das pessoas que estavam trabalhando para ele. Ele responde como o coordenador, o mandante. A falsidade ideológica é por não ter declarado tudo que ele gastou efetivamente. Há também a compra de votos — finalizou Benício Cabral. 

 

 

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