Vereador critica silêncio da Prefeitura sobre lixo hospitalar

Ricardo Welbert

O vereador Dr. Delano (PMDB) criticou ontem o silêncio da Prefeitura de Divinópolis em relação aos 350 metros cúbicos de lixo hospitalar abandonados há cinco anos em um galpão no Distrito Industrial. O primeiro deles lembrou que o prazo de dez dias dado pelo Legislativo para que o Executivo decidisse sobre a possibilidade de remover os rejeitos e destruí-los em fornos de siderúrgicas já venceu há dias.

— É um absurdo esse silêncio, porque foi feita uma audiência pública na qual a população e a imprensa fizeram suas perguntas, levantaram questões importantes sobre o caso. Enviamos um requerimento ao Município com várias medidas que foram propostas durante a audiência. Demos um prazo de 10 dias para o Município se manifestar e nem isso fizeram — reclamou.

Procurada pelo Agora, a advogada Juliana Liduário, que defende a dona do galpão alugado pela empresa responsável pelo descarte ilegal do lixo, disse que o silêncio do Executivo reflete a omissão do poder público no caso.

— Eu penso que esse silêncio referenda a omissão com o caso do lixo hospitalar, que já perdura faz cinco anos, sendo ainda um descaso com a população e um desrespeito institucional com o Legislativo — comentou.

Procurado pelo Agora sobre o caso, o governo também não respondeu.

Entenda o caso 

A proprietária do imóvel alugado para a empresa tenta na Justiça conseguir a remoção da montanha de lixo infectante que inclui pedaços de pés e braços amputados de pacientes em hospitais da cidade e que geram forte odor. O galpão fica na rua Luiz Guilherme da Silva, 1050, no Distrito Industrial.

A dona do imóvel alugou o galpão em 2007 à Felipe & Siqueira Tratamento de Resíduos Ltda., com nome fantasia Ressol Gerenciamento de Resíduos. Do mesmo jeito que os materiais foram colocados em 2012 estão até hoje.

Os funcionários da empresa deixaram os materiais lá e desapareceram. Em 2013 o Ministério Público de Minas Gerais entrou com uma Ação Civil Pública. Um laudo produzido por um perito da Polícia Civil concluiu que se trata de terreno com iminente risco à saúde pública face ao material armazenado de maneira totalmente imprópria, com risco de transmissão de doenças, tanto pelo fato de haver acúmulo de resíduos já há algum tempo como pela provável presença de patógenos inerentes ao tipo de resíduo infectante, além de potencial contaminação ambiental. O especialista concluiu que providências eram urgentes para o descarte de todo o material dentro dos padrões legais.

Em 2004, a Justiça ordenou que a empresa removesse tudo imediatamente. Mas nada aconteceu. O MPMG entende que houve omissão. Desde 2003, os donos da Ressol Gerenciamento de Resíduos desapareceram.

 

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