VERÃO

 Wagner Penna 

 

Aberta oficialmente com a São Paulo Fashion Week (que tenta implantar por aqui o formato see now, buy now), a temporada de verão promete criatividade. Pelo menos, é o que se viu nos primeiros desfiles da temporada com muita cor, detalhes diferentes e propostas que tentam colocar cada marca dentro de uma individualidade cada vez mais difícil e rara. Diz o ditado que o aperto é o pai da criatividade e, parece, a moda confirma isso. Afinal, os tempos são difíceis e ver coisas bonitas pode ser um alivio – pelo menos para a alma. Como no Brasil verão quer dizer muita água, o destaque foi para as marcas que trabalham com moda-praia – caso da Água de Coco, Almir Slama e Gaya. 

OURO    

O varejo fashion mundial está em guerra. Até agora a rede de roupa-rápida espanhola Zara (que leva de 10 a 15 dias entre criar e colocar moda nas lojas), era considerada a mais eficiente e lucrativa. Isso, inclusive, colocou seu dono, Amancio Ortega, como atual homem mais rico do mundo – com fortuna perto de R$ 300 bilhões. Isso mesmo, bilhões. Pois ele, agora, está enfrentando a corrida com a Amazon (o gigante do e-commerce) - que está criando tecnologia para personalizar os pedidos de roupas e enviá-los em questão de horas. Descobriram que o entrave para crescer neste negócio é o baixo índice de acerto entre as medidas-padrão do mercado com o shape dos clientes (apenas 20% das entregas). Ao individualizá-las em poucos segundos e entregar mais rápido, esperam explodir no segmento.  

MANEQUIM     

O uso de alta tecnologia para aumentar a produção de moda, dizem os especialistas, influencia até no modo de criar roupas. Na verdade, as duas pontas terão que se ajustar. Traduzindo: enquanto os criadores terão que se multiplicar para atender a demanda diversificada, as correções tecnológicas levam maior conforto para a clientela – e servem como ferramenta de vendas. Por aqui, isso já começou: algumas marcas da pronta-entrega mineira tiveram que diminuir a quantidade de peças por modelo e dobrar o numero de modelos diferentes um do outro. Já a grade de numeração teve que ser ampliada – criando (por exemplo) as opções 01, 02 ou 03 para o P, o M e G. Mais trabalho e menos lucro. 

 VAIVÉM  

  • Uma das confecções do polo de Divinópolis que mais tem crescido é a Candida Ferreira - com sua roupa bonita, bem feita e estilo bem desenvolvido. Sua coleção de inverno 2017 foi um sucesso e o verão chega com a mesma criatividade. 

  

  • A grife Fleche d’Or, uma das mais bacanas de Minas, já se instalou em sua nova fábrica de Beagá – e levou muitas novidades. Uma das inovações que os proprietários Sabrina Costa e Wallace Gonçalves instalaram por foi o sistema Fab.Lab, que permite uma produção mais flexibilizada.  

 

  • Descoberta no projeto Ready to Go (que acontece na Minas Trend), a marca LED estreou na São Paulo Fashion Week. Com pouco tempo de mercado a grife mineira vai crescendo. 

 

  • Foi muito prestigiada a abertura da mostra Arte Urbana, que a grife Arte Sacra montou na Casa Cor Minas. Fotos lindas e modelitos bordados com o tema. Sem contar que a casa é linda, na antiga sede da Rede Ferroviária.  

 PONTO FINAL   

O Brasil vive a fase pós-férias julhinas com a economia em calmaria. Em Sampa, além do evento de passarela São Paulo Fashion Week mostrar ser um termômetro disso, as feiras paralelas espalhadas pela cidade também sentiram a diminuição de compradores e, portanto, queda nas vendas. Em Minas, a temporada de lançamentos de verão (em pronta-entrega) também não foi das melhores, com as vendas nos showrooms de Beagá registrando quebra nas vendas de 20 a 30%. Com o Natal e Ano Novo aproximando, tudo pode mudar – para melhor. Amém! 

 

 

 

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