Vem dezembro

 

Leila Rodrigues 

Vem dezembro que eu quero fazer um balanço do ano! Vamos fazer um “noves fora” dessa conta maluca que é viver! Repara não, eu continuo precisando perder os mesmos três quilos de janeiro. Por falar em três, só consegui ler três livros, a meta era 12. Também não visitei a minha tia que eu amo, não comemorei como eu queria o meu aniversário e nem troquei meu carro como eu esperava.

Em contrapartida, eu conheci muita gente interessante, simpática, agradável e divertida. O que foi bom! Através dessas pessoas eu economizei remédio para dormir, eu produzi endorfina e mantive meu coração saudável de alegria!

Eu trabalhei, trabalhei e trabalhei muito! Poderia ter sido menos, mas o senso de responsabilidade falou mais forte que eu.

Eu amei, amei e amei as pessoas que eu amo. Poderia ter sido mais! Poderia ter perdoado mais, acariciado mais, brincado mais e dedicado mais tempo aos que amo!

Aí vem um ano inteiro para eu pôr em prática as lições de um ano que eu não passei, eu corri.

Eu recaí algumas vezes dos meus próprios propósitos, não resisti aos encantos da futilidade, da vaidade e do prazer imediato. Mas levantei tantas outras vezes e comecei tudo de novo. Acabei poucas coisas, o que é ruim! Com isso eu aumentei as estatísticas do Cortela quando ele diz que “somos pessoas de muitas iniciativas e raras acabativas”! Eu confesso que acabei pouco. Poderia ter sido mais! Não consegui parar de comer doce, nem de jogar paciência. Mas consegui acabar com a minha raiva de algumas pessoas, consegui perdoar quem foi e consegui fazer as pazes comigo, certamente meu maior ponto nesta conta insana que é dar conta de todos os papéis que nos propomos.

Eu carreguei peso demais, disso não tenho dúvidas! Alguns por puro capricho, outros simplesmente por amor. O que interessa é que eu continuo de pé! De pé e pronta para receber o ano que se inicia com o coração renovado de boas energias.

Houveram dias que encerrei exaurida; e outros que encerrei agradecida. Nem todas as manhãs acordei confiante e disposta, nem todas as noites fui dormir tranquila. Contudo, na maioria dos dias, levei comigo minha disposição e minha alegria de viver. E em todas as noites eu entreguei meu dia com a certeza de ter feito o meu melhor.

Se o saldo foi positivo ou negativo? Não vale a pena somar. As contas mais significativas de nossas vidas, não tem preço, apenas valor!

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