Vale sabia dos riscos de barragem, conclui CPI da ALMG

Vale sabia dos riscos de barragem, conclui CPI da ALMG

Da Redação

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho aprovou nesta quinta-feira, 13, por unanimidade, seu relatório final. Em reunião para a leitura do texto, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu familiares das vítimas. Além de recomendações aos órgãos públicos e federais para garantir penalidades aos responsáveis pela tragédia e evitar novos desastres dessa natureza, o texto também solicita a punição dos envolvidos.

— O documento responsabiliza a Vale e pede o indiciamento de 11 de seus dirigentes e funcionários, além de dois auditores da empresa Tüv Süd, pela tragédia que provocou as mortes de 270 pessoas, em janeiro deste ano — informou a ALMG.

O texto final da CPI ainda informa que as punições não são restritas às mortes, mas também pela negligência de alguns dos profissionais envolvidos na continuidade de atividades da barragem.

— O relatório nomeia os responsáveis pela tragédia e pede seu indiciamento por homicídio de 270 pessoas e lesão corporal, entre outros crimes, com dolo eventual (quando o agente, mesmo sem desejar o resultado, assume o risco de o produzir) — explicou a assembleia.

Além disso, a CPI propõe a criação de uma instância, dentro da ALMG, para acompanhar as investigações, bem como o cumprimento das recomendações propostas no relatório final. A assembleia também explicou que a Vale foi negligente e tinha conhecimento da possibilidade de rompimento da Barragem de Brumadinho.

— Segundo a CPI, após seis meses de investigações, ficou claro que a mineradora sabia dos riscos de a estrutura se romper e, mesmo assim, deixou de adotar as medidas necessárias para evitar a tragédia, uma das maiores da história recente do país — conclui.

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