Vagas para pacientes de covid se esgotam

Estrangulamento do sistema de saúde obriga Estado a decretar lockdown

Da Redação 

O sistema de saúde de Minas Gerais chegou ao limite e levou o Governo do Estado a tomar medidas mais duras no enfrentamento à pandemia de covid-19. O governador Romeu Zema (Novo) anunciou na tarde de ontem, durante uma coletiva de imprensa, que decretou lockdown nas regiões do Triângulo Norte e Noroeste do estado.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), desde o dia 5 de fevereiro, foram internados 2.047 pacientes com suspeita ou confirmação de infecção por covid-19, das respectivas regiões. Destes, 99 pacientes do Triângulo Norte e 34 do Noroeste foram transferidos para outras regiões. 

De acordo com a SES, para a microrregião Oeste foram encaminhados 35 pacientes do Triângulo Norte e 18 da região Nordeste, totalizando 53 transferências. Os pacientes foram levados para Divinópolis, Pará de Minas, Formiga, Nova Serrana, Bom Despacho e Lagoa da Prata. 

A Secretaria não especificou quantos pacientes cada cidade recebeu, mas, de acordo com o último levantamento divulgado pela Superintendência Regional de Saúde (SRS), foram transferidos para  Divinópolis 19 pessoas, seis para Formiga, Nova Serrana e Bom Despacho, e oito para Pará de Minas. Os pacientes encaminhados para Lagoa da Prata não constavam no balanço. Porém, a situação pode ser amenizada nos próximos dias. O Ministério da Saúde (MS) anunciou por meio de portaria que habilitará leitos em Divinópolis e região. Os leitos já estão em funcionamento e, a partir de agora, os hospitais passam a receber do governo federal,  e não mais pelo governo de Minas. 

Lockdown

Pouco mais de um mês depois de anunciar alterações no programa Minas Consciente, que permitia a flexibilização de alguns segmentos mesmo na onda vermelha, Romeu Zema anunciou a criação da onda roxa. 

O novo protocolo sanitário é equivalente ao lockdown e atingirá 33 cidades da região Noroeste e 27 do Triângulo Norte, incluindo Uberlândia. Dentre as medidas mais severas adotadas está a proibição de circulação de pessoas nessas 60 cidades, das 20h às 5h. Estão permitidos a funcionar apenas os serviços essenciais. 

De acordo com o secretário de estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral,  serão avaliados os seguintes critérios para a regional entrar nessa onda:

- Taxa de distanciamento social;

- Desassistência e taxa de ocupação de leitos;

- Surtos de covid-19;

- Taxa de óbitos.

Leitos

Conforme informou a SES, até ontem a taxa de ocupação de leitos de UTI, em Minas Gerais, era de 73,88% e de enfermaria, 68,45%. Já na macrorregião Oeste a taxa de ocupação de UTI estava em 63,64% e de leitos de enfermaria em 65,38%.

Extremo

O estrangulamento no sistema de saúde levou a Santa Casa de Misericórdia de Formiga a atingir o seu limite de ocupação de leitos destinado à covid-19, ativar o plano de contingência interno e interromper o atendimento às pessoas com sintomas gripais (convênio/particular), nesta terça-feira, 2, até que a situação se regularize. 

Mais leitos

Diante da situação, o Ministério da Saúde publicou a portaria GM/MS nº 373 que autoriza a ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e pediátrico para atendimento exclusivo aos pacientes com covid-19. Divinópolis, Oliveira, Formiga, Pará de Minas e Itaúna foram contemplados.

De acordo com o Ministério da Saúde, serão habilitados dez leitos adultos e cinco infantis exclusivos para atendimento à covid, no Complexo de Saúde São João de Deus; oito leitos adulto no Hospital Manoel Gonçalves, em Itaúna; seis leitos adulto no Hospital São Judas Tadeu em Oliveira; de adulto no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Pará de Minas; e cinco adulto no Hospital São Luiz em Formiga. Eles já existiam, mas tinham sido desabilitados quando houve redução nos números da covid.

 

 

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