Uso político

Preto no Branco

Uso político 

Uma nota que circulou na última semana nas redes sociais só confirmou o que o Agora vem batendo na tecla há pelo menos dois anos: o uso para fins políticos do Hospital Regional. Desde que foi iniciada, a construção e, principalmente, as paralisações das obras nada mais serviram do que de palanque para candidatos a diversos cargos. Entra governador, sai governador, prefeito, vereador, mas as atitudes são as mesmas. A nota em questão alerta para os atuais vereadores que vêm agindo da mesma forma. Só lembrando que parte deles faz parte da última legislatura e conhecem bem a situação. Os novatos, por sua vez, fingem não saber, e escolheram o governador Romeu Zema (Novo) como alvo para bater e responsabilizar pelo o atraso nas obras.  Pena que nem todos sabem que o objetivo é apenas “jogar para a torcida” para agradar aos seus e ganhar visibilidade.

Jogada conhecida 

É de conhecimento geral também que o acordo com a Vale feito na Justiça resolve a questão, no entanto, a solução definitiva depende de aval da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ou melhor, dos nossos nobres deputados. Acontece que um grupo político na Casa, que deve apoiar outro candidato nas eleições de 2022, tem dificultado a elaboração da proposta de autoria do Estado e, consequentemente, a execução do acordo. O tal grupo teria até proposto uma CPI, o que é considerado uma aberração, visto que o acordo, além de ter sido feito em juízo, teve o aval do Ministério do Trabalho. Pedido que foi assinado até pelo deputado Cleitinho Azevedo (CDN), que retirou seu nome depois da enorme repercussão negativa. Ainda bem que ele acordou cedo, imagina fazendo parte de um conluio para travar uma obra tão esperada e importante para sua própria cidade. Não iria ficar bem na fita.

Os responsáveis 

E não para por aí.  Além da disputa eleitoral visível, liderada na ALMG pelo tal grupo, querem alterar o texto para embutir as conhecidas emendas – enquanto em Divinópolis nossos representantes continuam criticando somente o governador, o único até agora que fez a sua parte. Que tal esquecerem um pouco o jogo político, pensar realmente na população e chamar os deputados à responsabilidade? A coluna está fazendo a sua parte, como sempre faz o Agora levando a conhecimento público o que realmente trava as obras. Cabe aos senhores, agora, movimentar o Legislativo para cobrar de quem realmente tem culpa.

Prefeito acertou 

O prefeito, Gleidson Azevedo (PSC), foi ao Zema “pé do toco”, para esclarecer a situação. Ele foi direto ao ponto com Romeu Zema, na última sexta-feira, em Perdigão, onde o governador esteve para a celebração do convênio com o Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário do Centro-Oeste Mineiro (Cias). Gleidson cobrou de Zema um posicionamento. No fim, ficou da forma que foi explicada acima: a decisão está nas mãos da ALMG, tanto Zema quanto Gleidson estão de pés e mãos amarrados. 

Extrema importância 

Não basta o governador e o prefeito afirmarem que o Hospital Público Regional é de extrema necessidade para Divinópolis e região, quando estão impedidos de fazer a coisa andar. Alguém precisa avisar isso para outras pessoas, incluindo o grupo opositor na ALMG. Missão que poderia ser encabeçada pelos deputados Cleitinho e Fábio Avelar (Avante) o primeiro, além de defender o Centro-Oeste, onde foi muito bem votado nos municípios, é irmão do prefeito da principal cidade que é Divinópolis. O segundo é de Nova Serrana, a qual depende do atendimento de média e alta complexidade também de Divinópolis, e representa outros municípios que também têm esta dependência. Então, mãos à obra?

De onde vem 

O Hospital Regional de Divinópolis leva vantagem sobre os demais que o Estado vai terminar pelo fato de ter as obras bem mais adiantadas. Os recursos para a conclusão vêm por meio da mineradora Vale como medida de reparação pelos danos provocados pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Isso se os deputados deixarem. 

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