UPA passa por remodelação para tentar sair do sufoco

 

Rafael Camargos 

O possível fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Divinópolis gerou especulações na cidade durante toda a semana. Em plenário, o vereador e presidente da Comissão de Saúde Renato Ferreira (PSDB) havia dito que se o Estado não repassasse pelo menos R$ 10 milhões, o atendimento seria suspenso. Previsto para ontem, o dinheiro não chegou e o corpo clínico da unidade tratou de desmentir os boatos. 
Em uma coletiva de imprensa, os profissionais  falaram sobre as dificuldades e garantiram a continuidade de funcionamento.  
O diretor técnico da UPA, Marco Aurélio Lobão, frisou que existe sim uma dificuldade financeira e, por isso, está sendo pensada uma reformulação na forma de trabalho, uma vez que a unidade tem apenas 20 leitos, e só ontem recebeu 40 pacientes. Agora, os doentes que forem para a UPA e não tiverem enquadrados em uma situação de urgência e emergência, devem procurar atendimento na unidade básica de saúde. A ideia é fazer uma pressão maior para que a haja uma redução no número de pacientes nos leitos, bem como nos que não tem necessidade de receber medicamentos venosos. 

 — Tivemos que transformar a UPA numa unidade básica de saúde, num pronto atendimento e num hospital, chegou a hora de fazer essa mudança, por que não existe recurso financeiro e condição de manutenção desta estrutura — explicou Lobão. 
 
Escolha 

 
Segundo Marco Aurélio Lobão, o atendimento vai continuar com viabilidade. Ele afirma que a UPA não tem dinheiro para comprar a comida e os medicamentos e teria que optar por uma delas. 
— Não adianta permanecer com as portas abertas e continuar com 60 pacientes, porque na hora que estamos comprando comida para eles e os acompanhantes no corredor, está faltando o medicamento básico para um paciente que está em uma situação de urgência e emergência — salienta.  

24h 

Segundo o superintendente administrativo José Orlando Fernandes Reis, o valor que vem de repasses para os pacientes são referentes às 24h. 

 — Se este período é ultrapassado, gera-se um déficit e isso fica por conta do Município.  É importante ressaltar que temos que tratar a origem do problema. Agir na atenção básica e na falta de leitos hospitalares. São dois pontos de atenção para a UPA voltar com toda a sua característica — falou. 

Todas as ações vêm sendo alinhadas com a diretoria de urgência e emergência e de atenção primária da Secretária Municipal de Saúde (Semusa) em busca de uma resolução.  

— Buscamos estratégias viáveis que garantam o acesso dos pacientes — finalizou. 
 

Interdição 
 
A possível interdição do Conselho Regional de Medicina foi levantada, porém os 80 médicos não sabem ainda o que fazer se isso ocorrer. 

 — A unidade é o pronto atendimento, única que os pacientes não têm um plano B — finalizou Marco Aurélio Lobão.  

 

Foto: Rafael Camargos 

Unidade estava com o dobro da capacidade ontem  

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