UPA está à beira do caos

Profissionais ameaçam paralisar as atividades em 90 dias caso problemas não se resolvam

Rafael Camargos

A situação da Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) Padre Roberto é pior do que se imagina. O diretor clínico da unidade, Rodolfo Monteiro Barbosa, denunciou ao Ministério Público (MP) alguns fatos graves que vem ocorrendo há alguns dias na unidade de saúde.

Em carta encaminhada ao MP, ele relatou que a unidade está há cerca de 90 dias com a falta de materiais básicos para o atendimento a população.

Na unidade faltam, algodões, talas gessadas, medicações, materiais de limpeza e higiene.
Ainda conforme documento assinado pelo diretor, para tentar resolver esta situação, todo o material foi solicitado tanto para a Santa Casa de Formiga, tanto para a prefeitura de Divinópolis, atuais responsáveis pela gestão do local.

Outro ponto citado pelo diretor foi a falta de pagamento aos médicos que prestam atendimento na unidade.

Há aproximadamente 60 dias os profissionais não recebem o salário completo.  O último salário recebido foi o do mês de junho. E o constante atraso vem gerando insatisfação da classe, que ameaça paralisar os atendimentos.

No documento, o diretor ainda pediu o apoio dos administradores da UPA e uma solução para que a população não seja lesada com a possível interrupção nos atendimentos.  

Relembre 

R$ 44 milhões. Este é o valor que o Estado deve de repasses a Divinópolis para a Saúde. R$ 1,2 milhão deveria está empregados na UPA. Mas, esse dinheiro ainda não apareceu.
Segundo a Prefeitura, são dez parcelas de R$ 125 mil atrasadas.

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) confirmou o valor e informou que existem atrasos nos repasses financeiros de programas estaduais. Dentre eles o “Rede resposta”, “Pro-hosp” e “Cofinanciamento da Atenção Primária”.

Porém, reforçou que o Estado tem se empenhado para manter os investimentos e repasses de recursos às instituições beneficiadas pelos programas, sempre havendo dotação financeira para estabelecer pagamento, mesmo com um cenário de crise fiscal.

 Calamidade 

O mesmo vereador que denunciou a falta do material na unidade, ontem, Eduardo Print Júnior (SD), também falou do atraso nos salários dos médicos no dia 17 de agosto. Na ocasião, os vereadores votavam a liberação de um crédito suplementar de R$ 3,72 milhões para a Secretaria de Saúde (Semusa).

A UPA é uma estrutura intermediária entre as unidades básicas de saúde (posto de Saúde) e a rede hospitalar. Desta forma, de acordo com a Prefeitura, os equipamentos e medicamentos são suficientes para atender a capacidade de 350 pacientes por dia, como determinado pelo Ministério da Saúde (MS), diante da população de 233.937 mil habitantes. Porém, a superlotação na UPA é um problema grave desde praticamente, sua inauguração porque é um local de passagem de pacientes para encaminhamento a um hospital, não para ficar internado.   

Resposta 

A Santa Casa de Formiga, responsável pela administração da UPA, não se manifestou, apesar da insistência da reportagem durante toda tarde de ontem. Consultada, a prefeitura informou que a responsabilidade da gestão é da Santa Casa e disse também que nenhuma parcela atrasada foi depositada por parte do Estado.

 

 

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