Um mês e meio após primeiro caso, Divinópolis tenta voltar à normalidade

Matheus Augusto

Em 8 de março deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) confirmava o primeira caso do novo coronavírus (covid-19) em Divinópolis, o primeiro também em Minas Gerais. Pouco tempo depois, o comércio considerado não essencial foi obrigado a fechar. Após a pressão de entidades comerciais e de orientações do governo do Estado aos municípios, a Prefeitura autorizou a reabertura parcial dos estabelecimentos na cidade. Algumas restrições ainda estão em vigor, e os proprietários devem garantir o cumprimento das condições e medidas sanitárias.

Divinópolis tinha, até ontem, 81 casos confirmados da doença. Das 1.391 notificações até o momento, apenas 117 foram descartadas.

Dias e horas

A abertura do comércio deve obedecer ao princípio do revezamento. Para evitar aglomerações, o Comitê Municipal de Enfrentamento ao Novo Coronavírus determinou escalas de entrada e saída dos serviços e o horário e o dia de funcionamento de cada setor.

Todos os dias:

  • bares, restaurantes, pizzarias, churrascarias, lanchonetes, sorveterias, açaís e afins. Determinações: está mantido o funcionamento apenas na modalidade de entrega em domicílio (delivery) ou retirada no balcão sem o consumo no local.

De segunda a sábado

  • prestadores de serviço e profissionais liberais (atendimento apenas com hora marcada): salão de beleza, manicure, pedicure, barbearia e lava-jato. Determinações: uso obrigatório de máscara, distanciamento mínimo de quatro metros entre clientes e permanência simultânea limitada a seis pessoas.  
  • Academias de ginástica: musculação, crossfit e atividades afins. Determinações: atendimento individual com hora marcada, distanciamento mínimo de quatro metros entre os alunos, apenas cinco clientes por vez no local e uso obrigatório de máscaras. Aulas coletivas continuam suspensas.

De segunda a sexta:

  • prestadores de serviço e profissionais liberais (atendimento apenas com hora marcada): fisioterapia (clínico e pilates), consultórios de advocacia, engenharia, arquitetura, escritórios e clínicas estéticas. Determinações: uso obrigatório de máscara. 

Segunda, quarta e sexta:

  • óticas, vestuário, calçados, acessórios e bijuterias, lojas de tecido, armarinho e aviamento, relojoarias, joalherias, perfumarias e cosméticos, serviços de impressão e cópias, papelaria, floriculturas, bancas, imobiliárias, agências de turismo, informática, telefonia e acessório de telefone, embalagens. Determinações: todos os estabelecimentos devem seguir as recomendações assépticas e de segurança sanitária.

Terça, quinta e sábado:

  • lojas de departamentos e utilidades, artigos esportivos, ferragens, presentes, estúdios fotográficos, magazines, eletrônicos, eletrodomésticos, colchões, estofados e móveis, móveis de escritório, decoração, materiais de limpeza e piscina, veículos (revenda e locação), motos, acessórios de carros e motos. Determinações: todos os estabelecimentos devem seguir as recomendações assépticas e de segurança sanitária.

Entrada e saída: 

  • Comércio

Entrada: entre 8h30 e 9h30

Saída: entre 18h30 e 19h30

  • Indústrias

Entrada: entre 6h e 7h

Saída: entre 16h e 18h

  • Escritórios

Entrada: entre 7h30 e 8h30

Saída: entre 17h30 e 18h30

  • Academias de ginástica

Entrada: às 6h

Saída: às 19h

 

Orientações

No decreto que autoriza a retomada gradual das atividades, a Prefeitura também obriga os estabelecimentos a respeitarem regras para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. O Executivo também alertou sobre as consequências do desrespeito às determinações.

— Com as novas determinações, todos os cidadãos que entrarem em qualquer ambiente coberto sujeito à aglomeração de pessoas, seja ele público ou privado, deverão utilizar máscaras. Fica definido também dias e horários específicos para funcionamento de cada segmento, sendo proibido ter funcionamento interno nos dias de revezamento, sob pena de advertência, multa, interdição e cassação do alvará — informou.

Percebendo o desrespeito generalizado, o Executivo pode se ver forçado a tomar medidas mais drásticas.

— A Prefeitura lembra que as determinações foram construídas seguindo critérios rigorosos de segurança e higiene. E caso os empresários e a população não contribuam para minimizar os riscos de contágio pela covid-19, o decreto poderá a qualquer momento ser revogado — explicou a Prefeitura.

Dentre as recomendações está a permissão do uso de bebedouros apenas para o abastecimento de copos e garrafas. Lojas com ar-condicionado devem priorizar a circulação natural do ar, com a abertura de janelas durante o funcionamento - caso não seja possível, os aparelhos devem ser limpos e higienizados regularmente. Os responsáveis devem garantir o fornecimento de produtos de higiene pessoal, como álcool em gel, sabão e toalhas. 

Diante da necessidade devido ao alto fluxo de clientes, as lojas devem adotar o uso de senhas ou outro sistema eficaz.

Lojas de roupas, calçados, acessórios e afins devem evitar a experimentação de produtos. Não sendo possível, deve haver um prazo de 48h até que outro cliente use o produto.

Economia saudável

Ao comunicar os detalhes da decisão na última sexta-feira, 24, o prefeito Galileu Machado (MDB) declarou, em nota, que as orientações visam evitar o agravamento do cenário em Divinópolis.

— A decisão não foi definida de um dia para o outro. Há dias estamos tentando um acordo para que o comércio pudesse operar de maneira mais segura possível. Nosso compromisso primordial é com a vida. Estamos tomando todas as medidas cabíveis para resguardar da melhor maneira os cidadãos, porém a questão econômica não pode ser olhada a distância, já que muitos dependem do comércio e dessas atividades para sua sobrevivência. Portanto, tomamos todo cuidado e fizemos todos os estudos necessários para decidir sobre a reabertura — garantiu.

O líder do Executivo também afirmou que o comitê continuará acompanhando a evolução do número de contaminados na cidade, bem como a taxa de ocupação dos leitos. Além disso, o trabalho de fiscalização sobre o cumprimento dos decretos em vigor está mantido.

— Caso a população insista em descumprir o decreto ou o quadro epidêmico mude, a decisão será reavaliada — ressaltou.

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