Toma lá...

...dá cá. É bem isso que acontece na política. O que deveria ser pensando e elaborado e depois ir direto para a população, simplesmente não acontece se não houver o troca-troca. O Executivo e o Legislativo que, a exemplo de Divinópolis a parceria ideal deixa a desejar, só se unem se houver a contrapartida que favoreça um dos dois, caso contrário, os benefícios só chegam ao terreiro do político beneficiado.  Dura e lamentável, mas esta é a realidade. 

Tão longe... 

...tão perto. Para quem acha que estas tramoias se resumem apenas a Brasília, Belo Horizonte e outros grandes centros e berços da política, “nananinanão”. Os R$ 40 milhões de empréstimo da Prefeitura para realizar obras de infraestrutura antigas, necessárias e urgentes,  que deu o maior quiproquó na Câmara, é um exemplo. Não pense que muitos pitis ali foram por causa de como e qual prefeito iria pagar, não. Mas por não contemplar alguns redutos eleitorais de alguns. Como se o vereador não representasse toda a cidade. Porém, a culpa não é só dele, tem muita gente egoísta que só pensa em seu umbigo. Não é à toa que a maioria merece o político que a representa. 

Prometido foi... 

...mas cumprir, como? Já se esperava por isso, menos para os piores cegos: aqueles que não querem enxergar. Não existe no País alguém de cargo Executivo que consiga levar seu governo sem os conchavos como o Legislativo. E não demorou muito tempo para o governo de Jair Bolsonaro (PSL) mostrar esta realidade, que era negada veementemente por ele até quando ainda estava em campanha. Depois de seguidas derrotas no Congresso Nacional e com receio de novos reveses, o Palácio do Planalto decidiu abandonar o discurso que pregava o fim do loteamento de cargos para obter apoio a projetos no Legislativo. Realmente não se pode prometer aquilo que não vai cumprir. 

Esperneou... 

...mas perdeu. O presidente acabou convencido por ministros da área política de que premiar partidos leais a suas propostas seria a única forma de aprovar reformas sem ter de negociar a cada votação. Desta vez, a negociação com o Congresso envolverá cargos do governo federal nos estados. São cerca de 15 mil postos de confiança. A mudança também agrada aos políticos que buscam reforçar o prestígio em suas bases eleitorais. Ou seja, “uma mão lava a outra”. Na outra ponta, boa parte da população permanece em locais imundos porque as melhorias não chegam. 

Costura... 

...e preenchimento. E não pense que as negociatas começaram agora. Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo mostra que das 102 nomeações para superintendências estaduais feitas entre janeiro e o último dia 15, 50 já foram fruto de indicações políticas, envolvendo em grande parte os partidos que compõem o Centrão, que ganharam postos com influência e orçamentos robustos. Do restante dos cargos, 22 foram ocupados por militares e 30 por servidores de carreira. A primeira leva já foi, e já, já a segunda pinta por aí. E assim, caminha o Brasil: “Tudo como antes, no Castelo de Abrantes”. E o povo? Ah, esse calado diante do que lhe convém. 

Aceita que... 

...dói menos? Talvez o nome desta música, cantada por Marília Mendonça e Trio Parada Dura, ilustre bem a situação em que chegou o povo brasileiro. Se assim não fosse, não assistia de braços cruzados tantos desmandos, como a última do Poder Judiciário, que deu um jeito de acrescentar mais penduricalhos aos salários dos juízes. Apesar de a situação delicada das contas públicas do país, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que controla o Poder Judiciário, decidiu que é preciso cuidar melhor da saúde de seus magistrados e servidores e aprovou um auxílio que pode chegar a 10% do salário. A população pode morrer nas filas e porta de hospitais que não fará diferença. 

É mais... 

...e daí? Com a decisão, um juiz no Brasil ficará muito próximo de ganhar o teto, que é de R$ 39,3 mil mensais. É mais do que o salário do presidente, de R$ 30.900,00. Será que é por situações como esta que muita gente já “jogou a toalha”? 

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