Terrenos em frente ao Farião podem ser doados para o Guarani

Propriedades são privadas; com aquisições, Prefeitura e clube pretendem firmar parceria para a construção de módulos e creches

Bruno Bueno

O Guarani, time mais tradicional de Divinópolis, completou, nesta semana, 91 anos de história. Mesmo com a situação dentro de campo não estando entre as melhores o clube quase caiu para a terceira divisão mineira nesta temporada , fora das quatro linhas o Bugre pode marcar um gol de placa. Segundo informações obtidas em primeira mão pelo Agora, os terrenos localizados em frente ao estádio Farião podem ser doados ao clube. Atualmente, eles são de propriedade privada. A possibilidade de doação foi confirmada pelo presidente do clube, Robson Luis de Camargos, e pelo vereador líder do governo na Câmara, Edsom Sousa (Cidadania), que também participa da negociação. 

Além disso, outra intenção das partes envolvidas é realizar a pavimentação do entorno do estádio, bem como a instalação de luminárias.

 

Audiência

Conforme os representantes, uma audiência pública será realizada no próximo dia 18 de outubro na Câmara Municipal para discutir as possibilidades. O presidente do clube deu mais detalhes sobre as solicitações feitas pelo clube.

— A gente solicita a pavimentação e iluminação pública. A área, atualmente, é abrigada por pessoas que realizam práticas ilícitas. Nós queremos melhorar a circulação e tornar a área mais habitável — disse.

Robson também explicou que um acordo para a aquisição dos terrenos em frente ao estádio também está nos planos da direção.

— Fomos comunicados de uma audiência na Câmara Municipal a pedido do vereador Edsom Sousa. Nosso intuito é resolver o entrave entre o poder público e o privado, que são donos do terreno em frente ao estádio. Queremos entrar em um acordo para dar segmento. Quem sabe uma permuta ou aquisição — afirmou.

 

Pés no chão

Por fim, o presidente disse que as obras dentro do estádio não devem ocorrer no próximo ano.

— Para a temporada que vem iremos manter os pés no chão. Nossa estrutura é simples e singela, mas eficiente. No futuro, enquanto eu for presidente, existe a pretensão de realizar negociações para a ampliação dos módulos, a fim de trazer melhor aconchego para os torcedores, aumentar a capacidade e trazer mais eventos para o local — relatou.

 

‘Suja a imagem’

A reportagem também conversou com o vereador Edsom Sousa (MDB), um dos idealizadores e apoiadores do projeto. Ele disse que o local, da forma que se encontra, suja a imagem do clube. 

— Entrei com a audiência pública para discutir a área de frente ao estádio. Nós queremos provocar o Ministério Público, juntamente com os moradores do bairro Porto Velho, o Executivo e o Guarani.  Atualmente, aquele local suja a imagem do Guarani e dos bairros próximos ao local. O Guarani projeta o nome da cidade para outras regiões. As pessoas que vêm prestigiar se deparam com o descaso — explicou.

O parlamentar também informou com exclusividade à reportagem que, caso a adesão seja concedida, a intenção do clube e da Prefeitura é firmar uma parceria para a construção de novos módulos e a chegada de novas creches para os bairros vizinhos.

— A nossa proposta é baseada no projeto de lei nº 4.085/1996, feito pelo saudoso prefeito Aristides Salgado. A intenção é que o poder público adquira o local e faça a reversão para o Guarani. Com isso, o clube poderia construir módulos e, de segunda a sexta, destinar o espaço para creches que atenderão os bairros vizinhos, como Interlagos, Nossa Senhora das Graças, Mangabeiras e outros — enfatizou.

 

Soluções

Edsom também explicou as possibilidades que podem ser feitas para solucionar o problema dos terrenos em frente ao estádio.

— Essa questão pode ser resolvida de três formas. A Prefeitura pode doar um outro terreno para os donos da propriedade privada, ficar com os requisitados e doá-los para o Guarani, assim como autoriza a antiga lei. Em outra possibilidade, o Executivo pode adquirir integralmente com os proprietários, por meio de negociação tributária ou com pagamento. Por último, a Prefeitura pode adquirir para o valor venal. A audiência vai ajudar a definir qual a melhor situação — ressaltou.

Por fim, o vereador parabenizou o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) pelo trabalho realizado e a sensibilidade com o clube.

— Eu quero registrar: nunca vi um prefeito de Divinópolis ter tanta sensibilidade com o Guarani. Nós estamos resolvendo os problemas. Gostaria de fazer um agradecimento ao Gleidson, o secretário de Fazenda e procuradores da Prefeitura — finalizou.

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