Tempo, tempo, tempo

Amnysinho Rachid

 Tempo, tempo, tempo é um dos Deuses mais lindos... Nunca pensamos tanto no tempo, nunca criamos tanta expectativa pelo amanhã, nunca sonhamos tanto por momentos melhores.

 Hoje acordei com aquele sentimento saudosista, aquela vontade de lembrar do passado e ver se ainda existe alguma coisa para vivenciar, algo de concreto que possa nos remeter aos dias de alegria vividos.

 Que saudade daqueles fantásticos fins de semana da nossa adolescência ‒ na quarta feira já começávamos a programar o fim de semana. 

 Que delícia era saber que no sábado teríamos uma superfesta! Convidados ou não, iríamos de qualquer jeito. Como fomos em festas de penetra! E, acreditem, tinha um sabor de aventura e desafio. Lembro sempre de uma festa de 15 anos, no Iate, de penetra, e o melhor: fomos de carona de caminhão. Imagina chegar a uma festa com uma galera em cima de uma carroceria de um caminhão? Todos de sapo, loucura! Não é à toa que fomos expulsos!

 Era incrível ir à boate do Estrela ou do Clube aos sábados à noite e, depois de muito dançar, amanhecer na Savassinha comendo um superhambúrguer e vendo a zoeira da moçada.

 E o melhor era saber que no domingo à noite tinha show no poliesportivo e lotava, e que na segunda cedo a vida começava de novo: colégio, recreio saída e encontro na pracinha... E a cidade era deliciosamente nossa.

 E a terrinha era deliciosamente tranquila até os ladrões eram conhecidos e os loucos também. A vida era fácil e o melhor a peste era somente vista no cinema.

 Nossa grande aventura era ir a BH de Teixeirinha, passear o dia inteiro e voltar à noite cheio de novidades para contar para a turma.

 Época boa que passou, mas nos marcou deixando uma deliciosa saudade.

 Agora aguardamos a vacina, que, com certeza, vai chegar, basta acreditarmos que o tempo é e sempre foi o senhor de nossas vidas.

 E continuo aqui, torcendo sempre por grandes momentos. Rua Cristal, 120, Centro. 

 

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