Tempo e dinheiro jogado fora

José Carlos de Oliveira

O Atlético prepara a volta aos treinamentos, pós-férias e quarentena, com muitas novidades e alguns nomes fora dos planos da nova comissão técnica. Será a hora de vermos como será o trabalho a partir de agora, sob o comando do diretor de futebol Alexandre Mattos e do técnico chileno Jorge Sampaoli. Se olharmos apenas para o peso e prestígio que estes dois nomes representam para o futebol brasileiro e mundial, o Galo está muito bem e tem tudo para fazer um excelente segundo semestre.

Mas nem tudo serão flores para, e o novo momento do futebol pós-pandemia traz consigo algumas incógnitas, e nem sempre o que parece ser bom se tornará realidade. Pode dar tudo certo, bem como pode dar é água no chope do clube alvinegro.

Prejuízo

E, financeiramente, as primeiras medidas anunciadas pelo novo comandante não são das melhores. Muito pelo contrário, são péssimas para os cofres do Galo. Tudo bem que o treinador é quem escolhe com quem vai trabalhar, mas este deveria também levar em conta que o clube gastou uma grana preta para contratar os atletas que agora são deixados fora dos planos. Todos, sem exceção, custaram uma grana preta aos cofres do Galo. E da forma como estão sendo tratados agora, é como jogar dinheiro pela janela, prejuízo certo para o clube.

A lista

Estão na lista alguns "queridinhos" do ex-diretor de futebol Rui Costa e quase todas as contratações da era Sette Câmara na presidência. Para contar com o futebol de Ricardo Oliveira, Franco Di Santo, Edinho, Zé Welison, Ramón Martínez e Lucas Hernández (colocados agora como cartas fora do baralho), a diretoria alvinegra desembolsou mais de R$ 30 milhões, que não terão retorno.  

Isto sem falar do atacante Clayton, que também não deve ficar e que custou ao Atlético a bagatela de 3 milhões de euros, dinheiro que o clube pagou para tirá-lo do Figueirense, e que agora corre o risco de não ter de volta.

Erro repetido

E não é somente no Atlético que isto acontece. É algo comum no futebol brasileiro, onde os novos treinadores preferem trabalhar com jogadores que já conhecem, não se importam se darão ou não prejuízo aos clubes ao colocar atletas fora dos planos. Eles não estão nem aí para a grana que será perdida, querem apenas fazer valer os seus pontos de vista e todo o resto que se dane.

Mudança nas regras

A volta do futebol pós-pandemia trará uma grande novidade para os torcedores. Seguindo decisão tomada pela Federação Internacional de Futebol Association (Fifa), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adotará a medida de permitir cinco substituições (para cada time) em todos os jogos de futebol.

Temporário

Por enquanto, até que se firme posição em contrário, a medida será adotada apenas no restante desta temporada, mas que ninguém se espante se ao fim do ano as normas venham a se tornar definitivas. Basta que alguns "grandes" do mundo se agradem delas.

O tempo

O que joga contra as novas normas é o tempo que será perdido com as substituições. Ao que parece, elas não poderão ser espaçadas, se limitando a parar as partidas o mínimo possível, mas mesmo assim vai aparecer muito treinador que usará a nova arma para ganhar tempo e atrasar o jogo. Precisando segurar o placar, para logo a partida e ganha alguns minutos com as mudanças.

Quem duvida desta verdade que aguarde os próximos capítulos da história, logo que a bola voltar a rolar.

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