Taxa básica cai; juro do cartão sobe

Tendência, segundo economistas, é Selic ser reduzida ainda mais

 

Jorge Guimarães

O Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic, a taxa básica de juros, em 1 ponto porcentual, de 10,25% para 9,25% ao ano na quarta-feira, 26. O corte foi o sétimo consecutivo e coloca a Selic novamente em um dígito após quase quatro anos. E a previsão de economistas das instituições financeiras é de que a taxa básica de juros continue a recuar nos próximos meses e chegue a 8% ao ano no final de 2017, permanecendo neste patamar até 2021.

E seguindo a ciranda financeira de altos e baixos, após cair em maio, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas voltou a subir em junho deste ano, quando somou 378,3% ao ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central ontem. No mês anterior, o juro do cartão rotativo estava em 377,9% ao ano. Já os juros do cheque especial, porém, registraram queda de 2,5 pontos no mês passado, para 322% ao ano.

Atento

A alta dos juros do cartão alinhada à instabilidade política e financeira que atravessa o país acende o sinal vermelho para o consumidor. Um dos principais pontos que se deve ter atenção é na hora de obter crédito e lembrar sempre que cartão de crédito e cheque especial não são empréstimos pessoais, pois estes últimos têm taxas bem menores nos empréstimos pessoais firmados nas instituições financeiras. Para muitos, é comum não saber a taxa utilizada e até mesmo piorar a própria situação financeira devido a um descontrole no planejamento.

Não sabem

Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 54,7% dos usuários de cartão de crédito desconhecem os juros cobrados quando há atraso no pagamento da fatura. Assim, cada vez mais, o consumidor precisa tomar cuidado para que seu cartão de crédito não se transforme em um pesadelo financeiro.

Cuidados

O chamado dinheiro de plástico, pela sua praticidade, é um avanço nas relações comerciais, além de proporcionar um bom prazo para o pagamento das compras, se for usado corretamente. Porém, muitos, por desinformação, cometem erros básicos no uso, como atrasar o pagamento.

– É muito importante que os usuários do cartão de crédito tenham consciência deste fato e que nunca usem o cartão como modalidade de empréstimo – recomenda o especialista em finanças Célio Tavares.

Lição

Um exemplo de quem aprendeu a lição com tanta dor de cabeça foi o securitário Luiz Carlos Silva, que viu seu débito crescer de uma hora para outra.

– Agora, aprendi que o bom é evitar o cartão de crédito. Mas, se você for usá-lo, é primordial pagar integralmente a fatura, mesmo que isso signifique abrir mão de outros desejos de consumo por algum tempo. Para quem não tem muito controle sobre os próprios gastos, a sugestão é sequer possuir um cartão – aconselha.

 

 

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