Tambor vazio

Editorial 

“O tambor faz barulho, mas é vazio por dentro.” Certamente, muita gente já deve ter ouvido esta frase. E não é que ela se encaixa perfeitamente neste momento político que antecede mais uma eleição municipal em Divinópolis? Aliás, não somente agora, faltando pouco mais de um mês para a população ir às urnas. A verdade é que, há pelo menos dois anos, o que não falta é barulho e pouca ação, especialmente na Câmara. E não se engane quem acha que cenas pitorescas, bate-bocas e gritos na Tribuna Livre foram para que os divinopolitanos ouvissem em casa. Nananinanão.

Os anos eram 2018 e 2019, mas o pensamento estava no fim de 2020. Uma alvoroço de afetar os tímpanos, no entanto, sem nenhuma ação efetiva. Ou seja, que nem tambor: faz uma festa intensa por fora, mas por dentro totalmente oco. Afinal, cadê os projetos apresentados, a ida atrás de ajuda para contribuir com caos em que Divinópolis se encontrava e está até hoje, as leis aprovadas? E pode ir atrás dos arquivos no Legislativo, que são públicos. Quem mais fez barulho foi quem menos produziu. O tempo foi passando, o prazo ficando curto e a coisa só piorou, visto que cada vez mais as eleições se aproximavam. Aí entrou 2020 e, com ele, veio a pandemia do novo coronavírus que deixou muitos de pés e mãos atadas. Eis que muita gente pensou: finalmente se verá trabalho e, principalmente, mudança de comportamento dos nobres representantes. Que nada! “Tudo como dantes no castelo de Abrantes.” Ou melhor, piorou, pois se juntaram a eles os candidatos à Prefeitura, vice e vereadores.

Aí, o tambor foi insuficiente a título de comparação. Haja instrumentos musicais para entrar na jogada, tamanha a gritaria. Na Casa legislativa, em encontros para se discutir candidaturas e nas redes sociais, britadeira mandou lembranças. Claro que tem suas exceções, é fato. O que não se entende é a necessidade de tanto barulho, visto que é de conhecimento de todos que quem muito fala, pouco produz. Não é possível que em uma cidade do tamanho de Divinópolis se faça coisas tão toscas e bizarras na política, se produza um material tão ruim para apresentar ao povo, e que muitas vezes, futuramente, se torna o que vai representá-lo. Estamos lidando com coisa séria, que é trabalhar para as comunidades, socorrê-las de situações caóticas e elevar a cidade a um patamar que ela merece, por meio da política.

Não dá mais para se obter respostas vazias ou totalmente fora do tema em questão quando o candidato é questionado, ou que escorregue como quiabo, se colocado contra a parede. E o pior: não ter conteúdo adequado para participar de um processo tão importante que pode terminar na condução dos destinos da cidade e sua população nos próximos quatro anos. O que leva uma pessoa,independente do que faz na vida, a querer ser prefeito, vereador ou outro cargo político? Bom salário, hoje, tem. Vale lembrar que antigamente era muito mais difícil. Época em que prefeitos e vereadores mantinham suas atividades profissionais e cuidavam do município por livre vontade de servir.

Autoridades e comunidades caminhavam lado a lado e resolviam os problemas com agilidade e precisão. E olha que trabalhavam de forma voluntária. Aí veio o dinheiro e a sede de ganhar cada vez mais, culminando em uma corrupção impregnada nos quatro cantos do país e nos mais diversos cargos. A população começou a acordar e está cada vez mais descrente. Tem toda razão, pois motivos tem aos montes. Ma não precisa, por isso, embarcar em qualquer barco furado. Mais cedo ou mais tarde, ele se enche d´água e você acaba com ele no fundo do poço. E, lembre-se, FUJA DO “TAMBOR”, POIS ELE APENAS FAZ BARULHO!

 

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