Tamanho não é documento!

Israel Leocádio 

Olá! Espero que esteja bem e esperançoso para com o futuro. Embora esteja um pouco difícil conjugar o verbo esperançar, em razão dos últimos acontecimentos. Ainda assim, incentivo você a pensar no futuro. Por uma simples razão: "existe uma grande probabilidade de que ele venha". Para mim, isso já é motivo suficiente para pensar nele.

Sabe, o futuro pertence a Deus. Não é nosso. O que temos, de fato, é o momento presente, o agora. Porém, o agora é muito importante. É o agora, que vivemos, o responsável pelo amanhã, que não temos. Porque o agora é o tempo em que fazemos as escolhas que definem nosso futuro (até mesmo o futuro eterno). Na Bíblia, está escrito assim: “tenho colocado diante de você o bem e o mal. Escolha o bem para que viva” (Deuteronômio 30.15). O incrível dessa verdade é que nem precisamos de muito tempo para fazer escolhas certas, que vão corrigir nosso futuro, nem escolhas erradas, que vão destruí-lo por completo. Veja o caso do ladrão, crucificado ao lado de Jesus, em uma escolha que, nos últimos instantes de sua vida, mudou sua eternidade, quando disse: “Senhor, lembra de mim quando entrares em teu reino” (Lucas 23.42). Escolhas importantes são feitas em fração de minutos e, se mal feitas, podem ser problemas por longo tempo.

Fazemos em média 70 escolhas importantes em nossas vidas, por dia. Escolhas que influenciarão diretamente nosso bem-estar emocional ou físico. O pior é que tomamos a maioria dessas decisões sem considerar os riscos e os resultados. Apenas tomamos as decisões, como se fosse um jogo de sorte.

Pergunto: por que ainda tomamos decisões erradas? Por que não pensamos seriamente naquilo que fazemos? Por que, se algumas dessas decisões serão fundamentais para nosso futuro? Por que estragamos nosso futuro com escolhas feitas sem refletir?

Para ilustrar o que desejo dizer, quero fazer menção à Bíblia: duas histórias que adiaram o sonho de felicidade de um povo por 80 anos (contadas juntas, embora, tenham ocorrido em tempos diferentes). 

Mesmo sendo de eras diferentes, os resultados desastrosos foram os mesmos e o erro teve a mesma motivação errada.

A primeira ocasião diz respeito ao momento da conquista do território cananeu (terra prometida). O povo estava pronto para a batalha. Deus estava dando aprovação. Espiãs olharam a terra e viram que era perfeita para viver. Porém, um grupo temeu. A razão do temor era: "Achavam os inimigos grandes demais para serem vencidos, mesmo com a ajuda de Deus" (Números 13). O povo deixou de vencer por sentimento de inferioridade. Não consideraram a ajuda de Deus. Consideraram apenas o tamanho do inimigo. Isso adiou a conquista em 40 anos.

Quero dizer algo sobre isso: quando Deus está ao nosso lado, somos maioria. Não há gigantes ou exércitos que possam conter ao Senhor. Foi isso que pensou o jovem Davi, diante do herói filisteu, quando disse: “Você vem com espada e lança, eu vou contra você em nome do Senhor dos exércitos” (1 Samuel 17.45). Para Davi, uma era a máxima: "Diante da vontade de Deus, tamanho não é documento". 

A segunda ocasião, foi quando Israel elegeu o primeiro rei – Saul. A Bíblia diz que era um homem muito alto. Se todo Israel se colocasse em fileira, ele se destacaria entre todos, por ser o mais alto (1 Samuel 9.2). O povo clamava por um rei. Mas Saul não era a escolha de Deus, naquele momento. O povo ignorou isso e elegeu Saul, porque era "grande e belo". Mais uma vez, escolheram a aparência. Como já disse: "tamanho não é documento". Isso colocou sobre Israel um jugo de 40 anos de um governo difícil para o povo.

"Escolhas erradas podem comprometer muito do nosso tempo!"

Em breve estaremos em um momento de escolhas. Deveremos escolher alguns representantes. Alguns já se apresentam como "grandes nomes", cheios de arrogância, prepotência, confiados no seu poder financeiro, na sua habilidade com os negócios, já afirmam ser a resposta. Talvez, se comparados a outros "pigmeus" da política, meros desconhecidos, tais "gigantes" se sintam já vitoriosos. Ainda que sua política seja protecionista, perseguidora das minorias, opressoras, facistas… Não importa, sentem-se grandes e invencíveis. Muitos não têm temor de Deus, são avessos à religião, opositores do evangelho, contrários a Deus. Contudo, por serem "gigantes", impõem-se como vencedores.

Quero lembrar aos que assim pensam que não se esqueçam de que tudo é possível, quando o assunto é "vontade de Deus". E que não devem desprezar os pequenos (como fez o gigante Golias ou os gigantes cananeus), que foram vencidos por "pigmeus" alinhados com a vontade de Deus. 

Aos que votam, digo: "Não se impressionem com o tamanho e a experiência. Olhem para o senso de justiça e temor a Deus". Porque aqueles que se sentem grandes constumam não olhar para baixo enquanto andam. Aos que se candidatam, digo: não se impressionem com o tamanho e a experiência. Temam a Deus! Porque, para Deus, tamanho não é documento. Ele eleva os humildes e rebaixa os orgulhosos. Deus ainda derruba muralhas de orgulhosos com um sopro e derruba gigantes com uma pedrinha. Melhor é temer a Deus!

 

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