Talvez

Quem segue a vereadora Lohanna França (CDN) no Instagram viu que noite desta quinta-feira, 18, ela justificou aos seus eleitores e ao restante da população o porquê de não estar mais respondendo as demandas que chegavam para ela via WhatsApp. Em seu relato, a parlamentar revelou que, desde a carreata que realizou contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em janeiro deste ano, vem recebendo ameaças. Segundo Lohanna, as ameaças aumentaram na última semana devido ao fechamento do comércio e outros segmentos de Divinópolis. A parlamentar revelou ainda que o teor de algumas ameaças exige dela uma postura mais rígida, e que seja levado às autoridades para as providências cabíveis.

Tal comportamento só nos leva a um caminho: o do questionamento. E ele é simples: por quê? Por que ameaçar uma pessoa, pelo simples fato de ela não concordar com o seu pensamento? Em qual momento a população se perdeu e chegou até aqui? Em qual momento o povo esqueceu que vive em uma democracia e que ela é feita de diferenças? Em qual momento a população se esqueceu que o direito de um termina quando do outro começa? Em qual momento o povo parou de enxergar que o fato de uma pessoa discordar do que eu penso não me dá o direito de ameaçá-la?

O que mais estarrece nesta situação é que a vereadora Lohanna França é uma no meio de milhares de pessoas que são ameaçadas diariamente pelo simples fato de discordar. E aí, tudo isso nos leva a outro ponto: idolatria. Desde que o mundo é mundo, idolatrar pessoas nunca foi um bom caminho a ser tomado; idolatrar políticos, então, é o caminho certo para o desastre. Talvez, se as mesmas pessoas que hoje ameaçam a vereadora gastassem tal energia para cobrar vacinas, para cobrar medidas efetivas de enfrentamento à pandemia da covid-19, a sua empresa não estaria fechada e não seria necessário fazer carreata contra o presidente.

A falta de noção que toma conta de boa parte da população hoje só nos faz constatar que talvez continuemos a andar em círculos por um bom tempo. Afinal, estão gastando energia com o que não trará nenhum retorno para o coletivo, ao contrário do que seria juntar e cobrar vacina. Isso, sim, talvez seja o caminho certo a ser tomado. Por um país com menos idolatria e mais democracia.

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