Tá feio

Editorial

Divinópolis viveu ontem mais uma situação no mínimo inusitada. O deputado estadual Cleitinho Azevedo (CDN) emitiu uma nota na qual questionava feitos da Prefeitura de Divinópolis. No texto, bastante extenso, o parlamentar dizia que foi devido à sua solicitação, e não da Prefeitura, que o Governo do Estado liberou o uso do prédio do Fórum de maneira compartilhada. Na semana passada, o Executivo informou que o Governo de Minas havia dado a autorização para o uso do prédio de maneira compartilhada, o que ajudaria a diminuir as despesas com aluguéis. Cleitinho reivindicou ainda a doação de dois ônibus. Segundo o deputado, os veículos recebidos pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) na última semana só chegaram a Divinópolis por causa da sua intervenção. Além disso, o parlamentar disse que a construção da trincheira na MG-050, pouco abaixo do bairro Quintino, só se deu graças à sua atuação, pois não estava prevista no cronograma do Governo do Estado.

Quem viu, quem leu a nota, teve a leve sensação de que Cleitinho estava chamando o prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (MDB), de mentiroso, mas a interpretação fica por conta de cada um. A verdade é que, além de dar essa sensação, o deputado passou a impressão de querer os holofotes apenas para si. Em um dos trechos da nota, diz que não é período eleitoral, e por isso, os representantes do Poder Executivo não deveriam se comportar assim, mas trabalhar por Divinópolis. Fala esta um pouco incoerente, afinal, propaganda antecipada se ver todos os dias. É fato que a ‘Princesinha do Oeste’ enfrenta uma de suas piores crises política e econômicas. Em várias edições, o Agora abordou o assunto e mostrou que, para os políticos da cidade, mais vale o santo do que o milagre. Cada um quer para si um pouco da glória, para única e exclusivamente massagear o seu ego.

E a pergunta de hoje é: se foi o prefeito ou o deputado, o que isso mudou de fato para a cidade? Dizem por aí que onde a vaidade e a política entram nada vai para frente. Enquanto os representantes de Divinópolis, tanto do Executivo quanto do Legislativo, gastam energia em mostrar quem é o “pai da criança”, Divinópolis afunda em problemas. A Constituição Federal determina que os três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – sejam independentes, mas andem em harmonia. Porém em Divinópolis as coisas não funcionam assim. Aqui o Legislativo e o Executivo estão em cabo de guerra sem fim, e quem está no meio dessa corda é Divinópolis. E, no fim, o que a cidade ganha com essa briga de egos e política de vaidades?

Politicagem e vaidade não vão colocar a cidade nos trilhos novamente. No fim de tudo, é como está na Bíblia, em Matheus 6: 2,3 “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”.

 

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