Superintendente do CSSJD demonstra preocupação com reabertura do comércio e falta de recursos

Em áudio, Elis Regina falou sobre dificuldade em encontrar EPIs para profissionais da saúde

Da Redação

Divinópolis tinha até esta quinta-feira, 23, 70 casos confirmados de coronavírus, mais de mil outros suspeitos e cerca de 50% dos leitos ocupados. Este último número é, no momento, suficiente para garantir a abertura parcial do comércio na cidade, conforme avaliação do comitê responsável pelas decisões referente ao enfrentamento do novo coronavírus (covid-19). No entanto, em áudio que circula pelas redes sociais, a superintendente do Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), Elis Regina Guimarães, demostra preocupação com a possibilidade do cenário se agravar com a volta gradual à normalidade.

- Se vocês me perguntarem se é assustador o cenário, eu acho que é, principalmente com essa história toda que está acontecendo de liberar o comércio. (...) os pacientes de covid estão entrando e não estão saindo mais. (...) Se abre o comércio e temos essa epidemia, lógico que o Amarildo [secretário de Saúde] tem o plano A e B, mas eu, mesmo com o plano A e o plano B, não acredito que a gente vá dar conta. Eu estou preocupada - afirmou.

A superintendente ainda cita a demora do governo de Minas em tomar as devida providências, como consultar o hospital - referência na região - sobre a quantidade de leitos disponíveis. 

- Eu, literalmente, acho que o governo demorou demais a tomar as providências. O Estado, por exemplo, demorou demais, porque agora que o Estado está começando a falar de fluxo, está realmente chamando o São João para ver se tem leitos ou não para poder atender - argumenta. 

Com a suspensão de diversos serviços, como as cirurgias eletivas, Elis Regina aponta dificuldades causadas pela queda na receita, que podem se agravar com o aumento no número de casos.

- Vocês acham que eu vou conseguir gente para trabalhar nesses leitos como? Pagando hora extra, com um custo altíssimo. E até agora não existe forma de faturar - explica. 

Por fim, a gestora destaca suas preocupações com a dificuldade de encontrar Equipamento de Proteção Individual (EPIs) para compra e a possbilidade dos médicos se recusarem a trabalhar sem as condições necessárias de trabalho - em caso da superlotação do hospital.

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