SPFW

Wagner Penna 

 

A semana será marcada pela São Paulo Fashion Week, evento que se mantém aos trancos e barrancos, mas (ainda) consegue aglutinar quem viraliza a nossa moda pelas redes sociais (as blogueiras e influencers são, agora, as convidadas Vips do vaivém paulistano) e, claro, pela TV, jornais e revistas. Como em outras praças do mundo, também no Brasil a importância dos desfiles para mostrar lançamentos é questionada. Razão pela qual, daqui pra frente a SPFW mira mais no varejo (com moda de verão, que já está na nossa porta) do que em reais novidades de marcas. Avanço ou retrocesso? O tempo dirá. 

 AGOSTO FASHION 

 E o agosto fashion em Minas foi dos mais movimentados. Tudo por conta dos lançamentos em pronta-entrega (que a gente prefere chamar de prontamoda, embora seja italiano é um termo mais bonito, concorda?) mostrando seu verão. Para muitos, esse é o verdadeiro principio see now, buy now (em livre tradução, veja agora e compre já) que os americanos tentaram (mas não conseguiram) implantar nas semanas de moda de Nova York. Por aqui, o sistema funciona há anos – entre as confecções e as lojistas, que, em uma semana, colocam seu produto nas vitrines). Neste agosto, a presença de compradores em Beagá está sendo surpreendente em vista do momento econômico atual. Enfim, uma boa notícia para nossa moda. 

MODA RICA 

O site Business of Fashion (BoF), que é um dos mais prestigiosos do mundo, avaliou a moda de países latino-americanos sob ponto de vista econômico e concluiu que o setor tem peso de 30% sobre o PIB da região. Como pega do México até Argentina, passando pelo Caribe, é muita coisa. No caso do Brasil, sobressaíram os donos das redes de shoppings centers Multiplan e Iguatemi, da rede de varejo Riachuelo, da Grendene e outros. O mineiro Alexandre Birman também está lá com sua Arezzo, assim como seu pai, o estimado Anderson Birman. Uma curiosidade é que muitos latinos estariam na lista, se seu negócio não tivesse base nos Estados Unidos – caso da venezuelana Carolina Herrera e o falecido dominicano Oscar de la Renta. Bacana, não? 

VAIVÉM 

 Está um sucesso da mostra da grife Arte Sacra na Casa Cor Minas, que acontece em Beagá até o final de setembro. Na abertura do corner dedicado à marca, as donas Carolina e Marcela Malloy, receberam convidados.  

O tema da sustentabilidade na moda foi foco de reunião que a Abit promoveu, em São Paulo. Também foi debatido o financiamento pelo Finep para as empresas. Outro programa que beneficiará o setor, são as novas regras para o financiamento das pequenas e medias empresas. Aos poucos, vamos indo.  

 Uma ótima ideia tiveram Mary Figueiredo Arantes + Regina Misk, de realizar uma Oficina de Tricô no antigo showroom da Mary Design, em Beagá. A Regina é craque neste assunto (envolve não apenas as pessoas com seu aconchego, mas também móveis e outros objetos). Devem repetir o evento, que aconteceu semana passada.  

Moda é também investimento: empresa dos Estados Unidos está aceitando acessórios (como a valiosa bolsa Birkin) como garantia de empréstimos financeiros. O famoso ‘”prego” que se faz por aqui com ouro, lá já se pode fazer com bolsas de grife. Surpresa: as primeiras frequesas foram atrizes de Hoollywood e socialites de N.York. Uau! 

PONTO FINAL  

 A grande discussão no circuito fashion, atualmente, é sobre a moda ter virado commodity. Como assim? Simples: com o mesmo estilo circulando por todo o mundo e as grandes redes assumindo a distribuição de roupas, tudo ficou igual e feito às toneladas. Assim como a soja, o milho, o minério e outros. Verdade ou mentira, o fato é que a turma criativa vai reagindo e fazendo uma moda com inspiração mais localizada e se diferenciando da multidão de “soldadinhos de chumbo” que usa tudo igual. Amém! 

 

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