Sobrinha de donos da RBH era usada como ‘laranja’, afirma PC

 

Gisele Souto

O caso envolvendo a RBH Construtora teve novos desdobramentos ontem, com mais uma prisão. As investigações sobre a prática de estelionato começou há mais tempo, mas somente na semana passada, a Polícia Civil (PC) revelou detalhes da investigação. A PC prendeu nesta terça em Belo Horizonte, mais uma pessoa envolvida no caso de estelionato praticado empresa. Gabriela Barros Brandão é sobrinha do casal proprietário da empresa, Péricles Hazana Marques Junior e Sandra Mara de Oliveira Barros. De acordo com as primeiras informações ela era usada como ‘laranja’ pelo casal e o filho, presos no fim de semana em Santa Catarina. Os três, segundo a PC, estavam usando as contas da sobrinha para depositar o dinheiro da venda dos seus imóveis.

Trazida

Uma equipe da Polícia Civil em Divinópolis foi a Belo Horizonte efetuar a prisão. A previsão, de acordo com o delegado regional, Leonardo Pio, é de que Gabriela chegasse à cidade por volta das 20h. Até este horário, também em que a página foi fechada, a equipe da PC, comandada pela delegada Adrine Lopes, responsável pela investigação, não havia chegado a Divinópolis. A suspeita deve ser apresentada ainda esta manhã.

Vem para Divinópolis

Os proprietários da construtora, presos na última sexta-feira, 21, Polícia Civil em parceria com a Polícia Federal devem chegar hoje o amanhã em Divinópolis. A informação é do delegado regional. O casal e o filho Rafael foram presos acusados de dar vários golpes na cidade, ao venderem apartamentos e edifícios, sem concluir nenhuma obra.

Estima-se que o prejuízo causado pela empresa seja de aproximadamente R$ 100 milhões. Os suspeitos foram presos no Sul do país, na cidade de Itajaí (SC), após fugirem de Divinópolis.

A defesa dos acusados já entrou com pedido de harbeas corpus, mas até ontem, não havia resultado ainda. A reportagem não conseguiu falar os advogados da família.

Entenda o caso 

As investigações mostram que são três grandes prédios, num total de 80 apartamentos, comercializados e não concluídos: o Londres, Benfica e Paris. Um está em fase de acabamento, outro com duas lajes e um terceiro somente na planta. Algumas pessoas vêm pagando de forma parcelada, outras, já quitaram todo o valor do imóvel, com preços que vão de R$ 50 mil a quase R$ 1 milhão.

Segundo Leonardo Pio, comprovados os fatos, responderão por crime de estelionato.

O valor apurado até agora pela PC, se refere apenas ao prejuízo dos compradores dos imóveis, ainda pode surgir muito mais, em relação a funcionários e outras dívidas.

A empresa, situada à avenida Divino Espírito Santo, Sidil, está de portas fechadas há cerca de duas semanas.

De acordo com funcionários, a empresa fechou o escritório, demitiu funcionários e paralisou as obras sem nenhum comunicado oficial.

Segundo informações extraoficiais, no início da semana, a irmã de uma proprietária foi ouvida em um depoimento que durou mais de duas horas.

 

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