Só lembrando

Bob Clementino

O vereador Matheus Costas é o autor de uma lei que, diante da sua extraordinária importância, não pode entrar na lista daquelas que não pegam: Lei Seguro Anticorrupção. Esta, obriga que seja feito um seguro em todos os contratos públicos de obras e fornecimento de bens ou serviços, com o limite mínimo de cobertura da garantia em 5% do valor de contrato igual ou superior a R$ 500 mil.

Explico: não é raro uma empresa ganhar licitação para fazer determinada obra municipal e não terminar, seja por cair em falência, seja por esperteza empresarial. Com a lei criada pelo edil, o empreendimento é obrigado a fazer um seguro que garanta começo e término das obras, no prazo ajustado com o município. Como se daria isso?

— Se a empresa não concluir a obra, a Prefeitura receberá o valor do seguro e a finalizará. Disso decorrerá, além da fiscalização dos vereadores e da prefeitura, a vigilância da própria seguradora em relação à obra segurada, que se interessar por prevenir custos de eventual inadimplência da empresa contratada. Muito bom! Essa lei tem que vingar!

Polêmica no ar

É falso! O uso de defensivos agrícolas não elevou incidência de câncer no país. Quem garante é a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Em artigo publicado pelo Poder360, o professor e agrônomo Xico Graziano afirma que não existem registros sobre doenças causadas pelos defensivos agrícolas, que as pesquisas científicas não atestam efeito e que é uma irracionalidade incutir medo na população. “Se é verdade que tudo está envenenado, onde se verificam os efeitos?", pergunta Xico Graziano. Se real fosse, a situação nos hospitais deveria ser alarmante. Milhares de pessoas estariam procurando as unidades de saúde para notificar e tratar doenças variadas, incluindo tumores cancerosos, causados por resíduos de agrotóxicos, e os casos seriam conhecidos e divulgados.

Nada disso se encontra. As mioplasias estão crescendo, é verdade, mas os pesticidas pouco têm a ver com isso. Nas áreas especializadas em medicina toxicológica, notórios especialistas, como Flávio Zambrone e Ângelo Trapé (Unicamp), Rosângela G. Peccinini (USP) e Álvaro Pulchinelli Jr (Escola Paulista Medicina), tampouco confirmam essa (dita) tragédia. Nas unidades em que trabalham, inexistem registros sobre doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados por agrotóxicos. Xico Graziano reafirma que não existem registros sobre doenças causadas pelos agrotóxicos e desafia: “Agora, botar medo na população, inventando teses absurdas, afronta a racionalidade. Quem falar que mostre a prova. Eu não as encontrei”.

"Sou assim mesmo"

Em entrevista ao jornal O Globo, presidente Bolsonaro (PSL) afirmou que não há estratégia eleitoral por trás de suas declarações. Depois que deu sua versão de como o pai do presidente da OAB foi morto durante o governo militar, Jair Bolsonaro afirmou que não irá mudar o seu tom.

“Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022, não dava essas declarações”, disse o presidente. Eleitores dele, nas redes sociais, apoiam seu estilo.

Ambos terão que provar

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pode ter incorrido em crime ao comentar o desaparecimento de seu pai, o estudante e militante Fernando Santa Cruz (1948-1974), durante o período do governo militar. Em entrevista à BBC News Brasil, Felipe diz que há algumas hipóteses nas quais Bolsonaro poderá ter cometido crime, especialmente se tiver dado uma declaração falsa sobre o assunto. Pode ser! Mas também Santa Cruz terá que provar por que chamou Moro de "chefe de quadrilha". Ou isso não é crime? Chumbo trocado!

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