Só a folga

O Dia do Servidor Público, celebrado anualmente em 28 de outubro, em 2019, foi em uma segunda-feira, ontem.  Também conhecido como Dia do Funcionário Público, esta data não é um feriado nacional, mas, sim, um ponto facultativo. Os profissionais não são obrigados a gozar de folga, mas adivinha se alguém vai trabalhar.  Também pudera! Boa parte deles só tem mesmo a folga para comemorar, já que, na carreira, a coisa anda meio complicada. Em Minas Gerais e Divinópolis mesmo, a começar pelos escalonamentos dos salários e a incerteza do 13º, tem muita gente é chorando.

Quem pode

A maioria das cortes decidiu adiar o feriado para o dia 31, quinta-feira próxima. A medida já é quase um hábito para criar um feriado prolongado, já que sexta, 1º de novembro — Dia de Todos os Santos —, e sábado, 2, um dia depois — se comemora Finados — também são feriados. Os prazos serão suspensos nos dias de recesso. Ou seja, em vez de um, dois dias juntos, mas só para quem pode. Isso inclui o STF, o STJ e o TJMG, onde tem servidores que fazem da Europa, caminho de casa. Estes, sim, não têm do reclamar.

Não estão sós

Tem mais gente que também não tem motivos para reclamar, nem dos feriados e muito menos dos salários. E o exemplo está bem perto de nós. Cada um dos 77 deputados estaduais mineiros tem direito a o valor “irrisório” de R$ 113.031,45 por mês para contratar funcionários. Somado ao salário de R$ 25 mil, ao auxílio-moradia de R$ 4,3 mil e à verba indenizatória de R$ 27 mil, o custo mensal de um parlamentar para o “pobre” contribuinte pode chegar a R$ 169 mil. Cerca de 169 salários mínimos. Nada mal, se comparando para quem paga para eles e ainda sustenta uma família inteira com apenas um.

Microempresa

Dados da assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) mostram que cada deputado tem direito a ter até 23 servidores, com salários que vão de R$ 961,32 (jornada diária de 4 horas) a R$ 19.045,88 (8 horas por dia). É como se cada gabinete fosse uma empresa de pequeno porte. E bota empresa bem sucedida nisso. Não há riscos de atrasos de repasses, todo mundo recebe em dia, como bem, tem carro de graça, mordia idem. Se não der certo e não houver trabalho é falta de competência ou costume de se mamar nas tetas públicas.

Ainda bem

Como resta em alguns ainda um pouco de humanidade, nem todos os deputados fazem uso do dinheiro público disponível, senão o custo total por mês passaria de R$ 13 milhões. Por isso, o valor não é exato já que alguns abriram mão, por exemplo, do auxílio-moradia, e não gastam a totalidade da verba indenizatória. Menos mal. Analisando estes exemplos, aliás, maus por sinal, alguns países do mundo devem morrer de inveja do Brasil no quesito justiça social.

De lascar

O calor nos últimos dias está insuportável. Parece que a chuva nos últimos anos está de mal de Divinópolis. Seria uma represália pelo estado lastimável do nosso rio Itapecerica? Bom, talvez sim. Castigo também é ficar em locais fechados com a temperatura nas alturas e sem ar-condicionado. E isso vem ocorrendo e tem sido motivo de reclamação para quem se apresenta e para a plateia no Teatro Gravatá. Desde que ladrões levaram os tubos de cobre do ar, não teve como recuperar e tem sido um tormento aguentar tanto calor. E convenhamos, ninguém merece ficar em um lugar fechado e cheio de gente sentindo calor.

A solução

O problema vem se arrastando há um bom tempo, mas nesta semana começa a ser resolvido, pois está previsto o início do processo de licitação para a aquisição de um equipamento especial, instalado internamente. O secretário de Cultura, Gustavo Mendes, que está à frente da questão disse que serão instaladas também cortinas de ar em cada saída do teatro. Nada melhor do que uma excelente notícia para começar a semana.  Os amantes da cultura agradecem.

 

Comentários