Situação da ciclofaixa segue indefinida

Copasa promete contratar nova empresa para reinstalar “tartarugas” delimitando o espaço dos ciclistas

Da Redação

Em Divinópolis há apenas um ponto destinado para a prática de caminhada. No entanto, quem passa pelo local percebe que, ao contrário de como era, não está devidamente sinalizado. O motivo é uma obra que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) iniciou no local em setembro do ano passado para a instalação de uma tubulação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Mesmo com as intervenções já concluídas, a ciclofaixa destruída ainda não foi reconstruída e algumas irregularidades no solo ainda permanecem. Para tentar superar o problema, ao menos preventivamente, a Prefeitura colocou cones delimitando o espaço dos ciclistas e caminhantes, a fim de garantir a segurança deles.

Reunião

Apesar da medida paliativa, a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Câmara se reuniu, na segunda-feira, 14, com o superintendente de Operações da Copasa, João Martins, para cobrar uma solução definitiva para a questão.

Segundo o superintendente, as obras já deveriam ter sido entregues pela Artec, responsável pela execução do trecho. Como isso não aconteceu, a intenção é de, até o fim do mês, publicar um edital para contratar uma nova empresa. No entanto, não há previsão para que a ciclofaixa seja reinstalada.

— Serão realizadas obras de recapeamento para corrigir os buracos existentes, e até o fim deste mês o edital deverá estar publicado. Esperamos que até meados de dezembro seja feita a assinatura do contrato — explicou.

Em nota encaminhada ao Agora ontem, a empresa esclareceu que já abriu um processo contra a Artec.

— A Copasa informa que notificou a empresa Artec e abriu um processo administrativo em função do descumprimento dos prazos para a execução dos serviços de recomposição asfáltica e reestruturação da ciclovia da Rua Pitangui, em Divinópolis — afirmou.

Segundo o presidente da comissão, Matheus Costa (CDN), a população está cansada de ouvir prazos e não ver as obras entregues.

— Queremos providências, pois o impacto negativo já foi causado. Durante toda a nossa conversa, deixamos claro que não vamos aceitar mais esse comportamento de omissão da Copasa. É um absurdo o tratamento que a nossa cidade vem recebendo da empresa. A ciclofaixa da rua Pitangui é só mais um exemplo da conduta destrutiva da empresa em nossa cidade — explicou.

Em seu pronunciamento na Câmara ontem, o vereador voltou a ressaltar a importância de a Copasa definir uma data para entregar o trecho.

— Nós não aguentamos mais esses abusos da Copasa, que prejudicam somente os moradores. É uma empresa que tem mais advogados do que engenheiros. Isso é um absurdo e não podemos aceitar isso — afirmou.

Já a vereadora Janete Aparecida (PSD) destacou que a Copasa foi negligente ao não tomar providências imediatamente após a empresa terceirizada Artec apresentar problemas.

— Anteriormente, em pronunciamento, o vereador Eduardo Print Júnior (SD) já havia dito que o Município não tem responsabilidade pela obra, sendo que a Copasa se omitiu e não assumiu sua responsabilidade. Ou seja, a companhia retirou da população aquilo que ela já tinha: a ciclofaixa. Essa é uma situação que não podemos mais esperar — afirmou.

Também na reunião, o vereador Roger Viegas (Pros) abordou o tema ontem durante seu discurso.

— Ontem [segunda-feira] tivemos uma notícia que, ao mesmo tempo, nos entristece, porque ainda vai demorar mais um pouco, mas não deixa de ser uma notícia boa já que finalmente a Copasa tomará medidas contra Artec, essa empresa que só falta decretar falência, que deixa a desejar em seu serviço. E a Copasa, respeitando os prazos jurídicos, vai lançar um edital até o fim do mês de outubro e poderá contratar uma nova empresa — explicou Roger.

O vereador parabenizou a Prefeitura pela atitude de colocar cones no local, mas ressaltou que é fundamental que uma solução definitiva seja concretizada.

— Estamos cansados de medidas paliativas. A Prefeitura, como anunciado pelo líder do governo, instalou os cones. Mas essa medida vai depender da prática do vandalismo, se os vândalos vão deixar os cones. Mesmo que eles sejam retirados e colocados todos os dias, é um trabalho imenso para a Prefeitura. Funcionários que poderiam estar sendo alocados em outras situações. É um problema exclusivamente da Copasa, e a Prefeitura, para não deixar pior do que já está, colocou os cones — discursou.

Roger Viegas ainda ressaltou que a Copasa foi conivente com os atrasos da empresa Artec, tendo demorado para tomar uma atitude.

— Os atrasos só vieram a manchar a imagem da pista de cooper, do esporte em Divinópolis, e até mesmo respingando no Poder Público, que está de pés e mãos atadas sem poder fazer nada. Acredito que, mesmo respeitando esses trâmites jurídicos, o Ministério Público já poderia ter agido. Principalmente quando a Copasa é conivente com empresa que dá prazo em cima de prazo — pontuou.

O vereador ainda contou que, durante a reunião entre a comissão e o superintendente de operações da Copasa, João Martins, o representante da estatal teria dito que a empresa está cansada de prejuízo, pois já havia investido R$ 80 milhões nas obras do local.

— Se a Copasa está se sentindo lesada, imagina a população da nossa cidade? — rebateu Roger.

Cones

Líder do governo na Câmara, Print Júnior esteve no local para acompanhar a instalação dos mais de 100 cones. Apesar da medida, ele afirmou que a cobrança para que a Copasa recupere o trecho continua.

— A Pitangui é o local mais movimentado do bairro, que contava com mais de três quilômetros de ciclovia. A empresa estragou ela toda e será obrigada a recapeá-la por completo. Vão devolver do jeito que a encontraram — informou.

Ainda segundo o vereador, os constantes atrasos na obra trouxeram, inclusive, um prejuízo econômico para os comerciantes, visto que o acesso à região ficou prejudicado.

— A Pitangui tinha tudo para ser um cartão postal da nossa cidade. É um local atrativo, com bares, espaço para prática de esportes e lazer, e que pode ter um projeto de urbanização que melhore seu aspecto visual. Mas as obras da Copasa, que se alastraram por quase dois anos, destruíram a rua, cortaram o movimento de carros e, com isso, vários comerciantes saíram daqui. Estamos tentando retomar isso, e solicitei que essa sinalização paliativa fosse feita em caráter de urgência — explicou.

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