Sintram não descarta paralisação
Maria Tereza Oliveira
Mesmo após dois meses do início de 2019, a falta de pagamento do 13º ainda incomoda os servidores municipais. O 13º salário ainda não foi quitado e, por isso, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste de Minas Gerais (Sintram) protestou na porta do Centro Administrativo.
Além de desaprovarem a situação, os protestos se estenderam aos cargos comissionados da Prefeitura, que são alvos de críticas há anos.
Em nota à imprensa, Sintram afirmou que manter tantas nomeações é uma incoerência do prefeito, tendo em vista a dificuldade financeira enfrentada.
Protesto
Os funcionários se reuniram por volta de 12h. No protesto, havia uma faixa com os dizeres: “se a Prefeitura não tem dinheiro, é hora de cortar gastos”. Isso reflete a insatisfação dos servidores com a quantidade de cargos comissionados do Executivo.
A Prefeitura garante que pelo menos 50% do 13º será quitado até dia 31 de março, mas os servidores não ficaram satisfeitos com a demora.
— Divinópolis é a única que ainda não quitou o 13º salário do funcionalismo. Isso mostra a falta planejamento financeiro por parte do prefeito Galileu Machado (MDB) e sua equipe — afirmou o Sintram.
Sinal amarelo
O protesto de ontem pode ser considerado a ponta do iceberg de um problema muito maior. Isso porque, a presidente do Sintram não descartou a possibilidade de outras manifestações e inclusive apontou para o risco de uma paralisação do funcionalismo municipal.
— O servidor quer a regularização dos pagamentos e esperamos que a administração o quanto antes se organize para a quitação do que é devido. E o Sintram estará pronto para cumprir o que for deliberado pela categoria, se necessário faremos sim outras manifestações e inclusive paralisações — ameaçou.
Apoio
Durante o protesto, o Sindicato de Trabalhadores da Rede Municipal de Educação de Divinópolis (Sintemmd) também compareceu.
— Agradecemos aos companheiros que estiveram aqui presentes lutando pelos cerca de cinco mil servidores da municipais. O sindicato passou a indignação da categoria e esperamos que a Administração quite o quanto antes o pagamento do nosso 13º salário — pediu.
Incoerência
Uma das principais críticas em relação ao Executivo é em relação aos cargos comissionados. O sindicato afirma que é uma incoerência da Prefeitura, fazer nomeações, mesmo com o decreto de calamidade financeira em vigor.
Apesar de ter diminuído o número de cargos comissionados na Prefeitura, no início deste ano, as nomeações voltaram a ser feitas e o Executivo conta hoje com 158 comissionados, sendo apenas 62 ocupados por servidores efetivos, e os 96 restantes por nomeações livres.
— Esperamos que a Administração se posicione não dizendo que o Estado não está fazendo o repasse, que não tem dinheiro, mas que oficialize uma data para o pagamento do 13º salário. O vencimento foi em dezembro e até hoje os servidores de carreira, aqueles que entraram pela porta da frente, não receberam esse pagamento, que é um direito constitucional — reclamou.
Tentativa antiga
No dia 18 de janeiro, os diretores do Sintram já haviam cobrado posicionamento do Executivo sobre o 13º.
Na ocasião, a secretária de Fazenda, Suzana Xavier, recebeu os representantes do sindicato e falou da dificuldade financeira do Município devido à retenção dos repasses pelo Governo Romeu Zema (Novo).