Sindicatos contra reforma da Previdência

Maria Tereza Oliveira

Hoje é dia de protesto no país inteiro. Intitulado o dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) realizará manifestação contra a reforma da Previdência.

A reforma da Previdência causou polêmica desde que foi proposta pela primeira vez, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2017. Foram realizadas várias manifestações contrárias à propostas e com o tempo, embora permanecesse como um fantasma, ficou esquecida pela população. Até que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reacendeu as discussões ao propor uma reforma ainda mais severa.

As manifestações, panfletagens, atos e assembléias para mostrar o posicionamento contrário dos servidores em relação à proposta.

Divinópolis

Na “Cidade do Divino”, também será realizado manifestações. Conforme informou o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis (Sintram), o Movimento Sindical Unificado de Divinópolis, reúne, além dele, mais dez sindicatos de trabalhadores de vários segmentos no “ato de protesto” de hoje.

Além dos sindicatos, o Sintram também estendeu o convite aos convida os cidadãos divinopolitanos. A concentração para a manifestação acontece na praça da Catedral, a partir das 16h.

— Nosso direito à aposentadoria está em risco. Informe-se, assista ao vídeo produzido pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP) e venha conosco lutar pelo nosso direito à aposentadoria — indicou.

O vídeo em questão, aborda as principais mudanças que a reforma trará para os trabalhadores, como o tempo de contribuição e a idade para aposentadoria.

Resistência

Conforme informou em nota o Sind-Ute, a data marca a resistência dos trabalhadores de todo o Brasil contra, o que o sindicato chamou de “fim do direito à aposentadoria”.

— É o que vai acontecer se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, da reforma da Previdência de Bolsonaro, for aprovada pelo Congresso Nacional, onde está tramitando — avisou.

Além disso, o protesto está sendo pintado como um dia de alerta também para a classe trabalhadora.

— É preciso que nós nos conscientizemos sobre a realidade do país, de ataques aos direitos dos trabalhadores. Além disso, é um “esquenta” para uma greve geral que deve acontecer, caso Bolsonaro insista em aprovar a proposta — ameaçou Sérgio Nobre, secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Pontos polêmicos da reforma

Dentre as principais insatisfações do texto da reforma da previdência, destaca-se a obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para mulheres.

Além disso, o aumento do tempo de contribuição 15 para 20 anos e o fim das condições especiais para trabalhadores rurais e professores terem direito ao benefício, também não agradaram a população.

Para Sérgio Nobre, a reforma da Previdência, irá continuar aquilo que foi iniciado com a reforma trabalhista, feita no Governo Temer. 

— Bolsonaro já está há quase 90 dias no poder e até agora só o que fez foi atacar os direitos. Isso sem contar que quer acabar com o sonho da aposentadoria, enganando o povo brasileiro. Além de falar em flexibilizar a lei trabalhista com a carteira verde-amarela com menos direitos aos jovens que ingressam no mercado de trabalho — criticou.

Por todo país

Os sindicatos de todo Brasil se organizaram em manifestações contra a proposta. De acordo com o Sind-Ute, o desmonte do sistema previdenciário e o fim do sonho da aposentadoria culminaram no Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência.

— A vida do trabalhador nunca foi fácil, mas foi sempre em momentos de dificuldade que a nossa luta conquistou e manteve direitos. E agora não pode ser diferente — incentivou Sérgio.

De acordo com o Sind-Ute, é necessário reforçar a importância de pressionar parlamentares para que votem contra a proposta.

— Tem de dizer: “camarada, votei em você para melhorar a vida do povo e não para tirar direito do trabalhador” — concorda Sérgio.

Além de Divinópolis, várias capitais realizam seus próprios protestos em horários. Por exemplo, em São Paulo, o ato começa às 17h; em Porto Alegre, às 18h; Campo Grande acontece uma paralisação às 9h; em Fortaleza, o ato é a partir 8h; Florianópolis, às 17h e no Rio Branco, ato e panfletagem às 8h.

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