Sinal abre, mas Divinópolis para

Mesmo com autorização para avançar para a onda verde, cidade permanece na amarela

Matheus Augusto

No limite. Assim está Divinópolis na classificação do Minas Consciente, programa estadual que orienta a reabertura do comércio. Apesar da autorização para avançar para a onda verde, último estágio de flexibilização, o Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus decidiu, em reunião na última sexta-feira, 11, permanecer na onda atual, a amarela. O principal motivo é justamente esse: o limite. Para estar no melhor indicador, o município precisa, dentre os indicadores analisados ‒ como capacidade de atendimento hospitalar ‒, marcar entre 1 e 12 pontos. A “Princesinha do Oeste”, polo regional em saúde, tem 12. Qualquer piora nos indicadores significaria o retorno à onda amarela. Por isso, mesmo com o sinal aberto, a cidade decidiu não se mover.

— Na reunião do Comitê Estadual, que aconteceu na última quinta-feira, 10, o Governo do Estado alterou de 15 para 12 a pontuação da microrregião Divinópolis, enquanto a Macrorregião Oeste diminuiu de 16 para 15 pontos. Apesar da pontuação permitir que o município possa ingressar na onda verde, o Governo do Estado recomendou que Divinópolis continue na onda amarela devido à situação regional — destacou a Prefeitura.

Conforme explicou a Administração, apesar da possibilidade de avanço, a situação não é confortável.

— Mesmo com a pontuação reduzida, os índices de Divinópolis a colocam em uma situação de alerta, pois a porcentagem de casos confirmados em relação ao número de pessoas testadas é de 26%, número considerado alto. Outro fator que assusta são os indicadores de avanço do coronavírus; eles apontam que o número de casos confirmados cresceu 15% em relação à semana anterior — comunicou.

Orientação

Outro motivo para Divinópolis se manter na onda amarela é o fato de ser polo regional em saúde. Assim, a cidade não precisa atender apenas os seus moradores, mas também pacientes de outros municípios.

Em nota, na última quinta-feira, o presidente da Superintendência Regional de Saúde (SRS) em Divinópolis e presidente do Comitê Macrorregional de covid-19, Alan Rodrigo da Silva, comentou sobre a situação.

— Desta forma, ainda que a microrregião de Divinópolis esteja com indicadores em situação esperada, o Comitê Macrorregional entende que os municípios devem seguir a onda amarela, definida para a Macrorregião Oeste — afirmou.

Divinópolis, conforme determina o Minas Consciente, pode aderir à onda da micro ou da macrorregião. Apesar da melhora do indicador da cidade, os municípios vizinhos não acompanharam o avanço.

— O Comitê Macrorregional Oeste de Enfrentamento da Covid-19 esclarece que a Macrorregião Oeste permanece na onda amarela na avaliação mais recente do programa Minas Consciente, bem como seis das oito microrregiões que compõem o território. As duas microrregiões que se encontram em ondas diferentes são Itaúna, na onda vermelha, e Divinópolis, na onda verde — explicou Alan.

Além disso, mesmo com a possibilidade de aderir à onda da micro, as orientações ainda são feitas com base na macro.

— Desde a atualização do Minas Consciente, o Governo de Minas divulga os dados por macrorregiões e por agrupamentos de microrregiões. Entretanto, a deliberação do Comitê Extraordinário continua orientando o estado em termos de macrorregiões. Desta forma, ainda que a microrregião de Divinópolis esteja com indicadores em situação esperada, o Comitê Macrorregional entende que os municípios devem seguir a onda amarela, definida para a Macrorregião Oeste — citou o superintendente.

Por fim, o presidente do Comitê Macrorregional explicou que a cidade não precisa aguardar as deliberações estaduais para impor regras mais rígidas de prevenção à covid-19.

— Cumpre destacar que os municípios têm autonomia para adotar medidas mais restritivas do que as definidas na onda em que se enquadram, em consideração a especificidades locais/regionais. Em outras palavras, caso um município avalie risco de desassistência aos pacientes, seja por um aumento nos casos, redução da capacidade assistencial ou indisponibilidade de insumos, por exemplo, ainda que se encontre em uma onda menos restritiva, deve avaliar o estabelecimento de restrições complementares — finalizou.

Não avança, mas libera

Apesar de optar por permanecer na onda amarela, os membros do comitê aprovaram no funcionamento do comércio da cidade, com base em “critérios rigorosos”, segundo a Prefeitura. A primeira decisão ‒ já em vigor ‒ foi a autorização para o comércio de rua funcionar aos sábados, das 8h30 às 13h.

O comitê aprovou ainda self-service em bares e restaurantes, desde que o cliente esteja usando máscara e luvas na hora de se servir. Também foi liberado o uso de copos de vidros, devidamente higienizados. 

— Caso o consumidor solicite o copo descartável, o comércio deverá fornecer — reforçou.

A venda de pastel frito, biscoito e outros alimentos em feiras livres foi autorizada, mas ainda é proibido comer no local.

Escolas

Os membros do comitê municipal voltam a se reunir nesta semana para debater sobre a voltas às aulas. Segundo a Prefeitura, o tema já vem sendo discutido e, nos próximos dias, serão analisados todos os pedidos das escolas da cidade.

Fiscalização

Em continuidade às ações de enfrentamento ao coronavírus, a Prefeitura de Divinópolis, por meio da Vigilância em Saúde e em parceria com a Polícia Militar (PM), intensificou as ações de fiscalização em estabelecimentos comerciais da cidade nos últimos três dias. Segundo informou a Prefeitura, entre sexta-feira e domingo, 29 estabelecimentos foram fiscalizados e registradas nove notificações, nove infrações e cinco interdições. Além dos estabelecimentos, os agentes sanitários visitaram as feiras livres dos bairros Esplanada, Niterói e Planalto, e também o Lago das Roseiras.

Dados

Até ontem, Divinópolis já havia registrado 11.256 notificações da doença. Desse total, 1.710 casos foram testados: 1.214 positivos, 481 negativos e 15 em análise. Segundo o boletim, 50 pacientes com quadro sintomático para a doença estão internados em setores de enfermaria e outros 33 estão em Centros de Terapia Intensiva (CTIs). A taxa de ocupação dos leitos exclusivos para pacientes com casos suspeitos ou confirmados de covid está em 39,3%.

 

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