Será?
LEILA RODRIGUES
Será?
Será que vai chover? Que novembro é o mês da incerteza do tempo, isso já sabemos. Todo mês de novembro chove na região Sudeste. Chove, o tempo muda e a temperatura oscila. É assim desde que eu me entendo por gente.
E porque será que, mesmo sabendo que é assim, continuamos ora tomando chuva, ora passando frio, ora sentindo calor? O quê significa essa nossa insistência em ignorar as previsões?
É que somos resistentes! E, no fundo, gostamos de pagar para ver! Será que vai funcionar? Será que vai chover? Será que vai dar certo? Será?
Andamos por aí com a cabeça cheia de dúvidas. Porém, quase todas disfarçadas de certezas que nos favoreçam. Vai funcionar sim! Vai dar certo, claro!
E quando chega alguém que tenha a capacidade de dizer o contrário, esta pessoa é, quase sempre, escorraçada pelos demais.
É incrível nossa capacidade de fechar os olhos para os riscos. É imaturo de nossa parte não considerarmos as probabilidades contrárias. Não seria mais prudente, antes pagarmos para ver, conhecermos o valor dessa conta? Isso vale para as lideranças, vale para a vida e para as nossas decisões e nossas relações.
A verdadeira sabedoria sugere que ouçamos opiniões contrárias e que conheçamos seus fundamentos. Isso é maturidade! Afinal existem pessoas e pessoas. Pessoas medíocres dizem o que o outro quer ouvir. Pessoas maldosas dizem para nos derrubar. Pessoas sensatas dizem o que precisa ser dito. E pessoas que amam, que se importam de verdade, dizem para provocar uma reflexão e nos proteger. Cabe a nós decidir quem vamos ouvir.
Isso é tão simples de ser entendido que eu encerro este texto com o clássico dos clássicos da nossa educação, dito com toda simplicidade por ela que nos ama de verdade:
- Leva uma blusa meu filho, pode esfriar!