Semana decisiva para Conceição

Batendo Bola

 

José Carlos de Oliveira

 

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Semana decisiva para Conceição

 

Há pouco mais de dois meses no comando da equipe estrelada, o técnico Felipe Conceição já começa a sentir na pele as cobranças de boa parte da China Azul. Em oito partidas à frente da Raposa – sete pelo Campeonato Mineiro e uma pela Copa do Brasil -, o treinador ainda não repetiu a escalação em dois jogos seguidos, seja por opção sua ou por contusão e suspensões. Foram testados mais de duas dezenas de jogadores e até aqui nem mesmo um time base ele mostrou para a torcida.

 

Números

 

A classificação a duras penas na Copa do Brasil, com empate em 1 a 1 frente o São Raimundo, e a quarta colocação no Mineiro já mexem com a cabeça dos torcedores, que já ameaçam um princípio de revolta com o baixo rendimento do time azul. E não sem razão. Até aqui foram apenas três vitórias, com dois empates e duas derrotas, o que convenhamos é muito pouco para um clube da grandeza do Cruzeiro. 

Tudo bem que seja um início de trabalho e Conceição tenha mesmo que testar todas as opções que tem a seu dispor, mas já passa da hora de ele se definir, do contrário ficará tarde demais para conquistar o objetivo a que se propõe: fazer uma boa campanha na Série B e levar o clube celeste para o lugar de onde nunca deveria ter saído, na elite do futebol brasileiro. 

Mas para chegar lá é preciso que o time ganhe confiança e isto só se consegue com bons resultados, o que não vem acontecendo.

 

Hora ‘H’

 

Começando do jogo da tarde de ontem (escrevo antes do final da partida contra o Coimbra, pelo Mineiro), o treinador terá uma semana de duelos decisivos, do tamanho para mostrar ao que veio, com a partida do domingo (clássico com o Atlético) e o confronto da quarta-feira da semana que vem, em Natal, contra o América, que valerá vaga na terceira fase da Copa do Brasil. Com a Raposa se dando bem nestes duelos, estará tudo às mil maravilhas para os lados do Conceição. Se não, aí a torcida vai mesmo torcer a cara para o seu lado e tudo pode acontecer.

 

Obrigação de título

 

As declarações de Menin, um dos ‘mecenas’ que estão injetando alguns milhões de dólares no Galo, garantindo que ele e seus amigos (os quatro Rs) não irão cobrar juros e que o Galo terá todas as facilidades para quitar os mais de 400 milhões de reais que foram gastos até aqui no clube pode até enganar a uns poucos, mas a infinita maioria sabe bem que isto não é verdade, que eles vão querer sim (e com juros) toda a sua grana de volta. Acreditar no contrário é crer em Mula Sem Cabeça e Papai Noel.

 

Sonho de consumo

 

E que o técnico Cuca, o presidente Sérgio Coelho e todos os jogadores do atual elenco atleticano já fiquem cientes da responsabilidade que está em suas mãos (e pés). Os ‘mecenas’ estão torrando toda esta grana toda na esperança de verem o Atlético campeão, mas do Campeonato Brasileiro, título que não conquista há cinquenta anos (desde 1071). Esta sim é a verdade e não há outra. Se não for possível o Brasileirão, até aceitam como prêmio de consolação uma Libertadores ou uma Copa do Brasil, porque para ser apenas campeão estadual não serve para eles, não. Nem para eles e nem para ninguém.

 

Cobranças

 

Certo é que o Atlético montou sim um elenco para brigar por todas as taças este ano, mas daí a conquistá-las já são outros quinhentos. Todos pelas bandas da Cidade do Galo terão que tornar, em campo, verdade a realidade que hoje está no papel. Se dando bem pode até ser que toda esta grana (dívida de mais de 400 milhões de reais) fique em segundo plano, mas se acontecer o contrário, que se preparem para o terror que terão pela frente. Virão cobranças de todos os lados. 

E nem falo da ‘grana’ em si, porque isto os ditos mecenas buscarão de volta doa a quem doer, mas sim da frustração da Massa, que mais uma vez tem motivos de sobra para acreditar, mas que no final pode acordar vivendo não um sonho, mas sim um grande pesadelo.

 

Pessimismo?

 

Muitos podem dizer que isto é muito pessimismo. Mas não é. Time e elenco para ganhar o tudo o Galo tem, mas há também os concorrentes, brasileiros e estrangeiros, que também vivem os mesmos sonhos de título e no final só um poderá ficar com a taça.

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