Sem palavras

Sem palavras

É como muita gente está com tanta tragédia no fim de semana em várias regiões de Minas Gerais, causadas pela chuva. Por aqui, na Oeste, não foi diferente. Não só pelo estrago causado pelas chuvas, mas pelo acidente em Capitólio, imagens chocantes que rodaram o mundo. Pelo menos dez pessoas morreram na queda de uma rocha que atingiu diversas embarcações. O que dizer? Realmente faltam palavras. Mas faltam também responsabilidade, prevenção e sobra ganância. 

 

Se repetem 

Seja com as chuvas – isso ano após anos –, nas estradas, nos balneários, na saúde, a ausência de um trabalho preventivo efetivo é a principal responsável pelo drama e sofrimento vivido pela população. Não porque nossas autoridades não sabem que “prevenir é sempre melhor do que remediar” e que é essencial para evitar muitos transtornos. Principalmente, que é muito mais barato. No entanto, é muito mais difícil encher o bolso com o dinheiro público. Explicação nítida que os responsáveis em fiscalizar fingem não ver.

 

Tarde demais 

O problema é que, depois de ocorrido, como vidas perdidas, casas e empresas inundadas, pessoas morrendo nas portas das unidades de saúde, não adianta lamentar. Muito tarde para lamentar e pensar no que poderia ter sido feito antes. É o famoso “se” que todo mundo conhece. “Ah, se eu tivesse feito isso ou aquilo.” Os dois verbos no passado confirmam que não há como mudar a realidade, principalmente quando há mortes. É assim desde que o mundo é mundo e, a continuar assim, no Brasil não terá fim. Duro de ser ler e ouvir? Não resta dúvida. Mas, uma realidade, nua e crua!

 

Situação de emergência 

Além de Divinópolis, os temporais e alagamentos por todo o estado fizeram com que mais 137 municípios decretassem situação de emergência. O número do boletim da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil atualizado é do último domingo, 9. No entanto, esse número pode ser maior, visto que as intensas chuvas não cessam. Mais de 17 mil pessoas foram afetadas, entre mortos, desabrigados e desalojados. Os dados consideram seis mortos, mas essa quantidade deve subir pelo menos para 18 nos próximos boletins. Além de outras duas mortes em Betim e BH, no fim de semana, os 10 que perderam a tragédia dos cânions em Capitólio serão acrescentados apenas ao fim das investigações. Fica a pergunta: quantas dessas vidas poderiam ter sido preservadas, caso as medidas adequadas tivessem sido aplicadas com antecedência? 

 

Na região 

As mortes que constam no boletim foram registradas em Uberaba, Coronel Fabriciano, Engenheiro Caldas, Pescador, Montes Claros e na vizinha Nova Serrana. Vão entrar depois Betim, BH e Capitólio. E apesar de a previsão apontar mais chuva nos próximos dias, a torcida é que pare por aí. Tem muita gente rezando por isso, mas, além de contar com a ajuda do céu, é preciso que cada um faça a sua parte. 

 

Aumento de casos 

E como se não bastasse esta situação delicada, o Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou em edição publicada na última sexta-feira, 7, que é preciso atenção aos indicadores da covid-19, diante do rápido avanço da variante ômicron do novo coronavírus. Os pesquisadores ressaltam que a disseminação da nova variante se soma à epidemia de gripe causada pelo H3N2 e à grande circulação de pessoas durante as festas de fim de ano. O temor, mais uma vez, são os impactos sobre a saúde da população e o sistema de saúde. Mais uma vez, o comportamento da população é o divisor de águas. Basta fazer a sua parte e pensar no outro. Não dói nada! 

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