Sem celebrações, Divinópolis faz 108 anos em meio à pandemia

Da Redação 

Divinópolis, o berço do Centro-Oeste Mineiro, completa na próxima segunda-feira, 1º, 108 anos de emancipação político-administrativa. Uma data festiva, ocasião em que comemorações deveriam ser realizadas à altura, mas que neste ano passará em branco, devido ao atual momento de pandemia. 

Com estado de calamidade decretado na cidade e a proibição de aglomerações, a Prefeitura já havia anunciado que na data não haveria nenhum evento como o desfile cívico.

Numa tentativa de compensar a falta de solenidades, a Prefeitura vai divulgar mensagens institucionais na página oficial do Executivo. Apesar de não haver nenhuma celebração, as bandeiras serão hasteadas na Praça da Catedral no dia 1º e permanecerão durante todo o mês de junho.

Ainda que tradicional, o desfile há três anos não vinha sendo realizado. O historiador Mauro Eustáquio avalia que a cidade perdeu há algum tempo um pouco do brilho no que diz respeito à cultura.

Sem festa e solenidade em tempos de coronavírus, para o historiador, este momento atípico pode servir justamente para alimentar reflexões sobre mudanças profundas que estão apenas começando.

— A gente tem notado que há tempos não há muito empenho quanto às questões culturais no município, o que ocasionou nesta queda no entusiasmo pelo aniversário da cidade. A gente vê o museu fechado, bem antes da pandemia, a escola de música que também não produz tanta coisa mais, o teatro fechado. Parece que a cultura ficou em terceiro plano e esse momento pode ser pertinente para repensar esses valores culturais, que são tão importantes para a população de Divinópolis — ressaltou.

 Jamais visto 

O historiador relata que, aos 73 anos de idade, nunca presenciou algo semelhante à pandemia do coronavírus. O tempo tem passado e, assim como Divinópolis completou mais um ano, ele lembra que o tempo das pessoas também está passando e a pandemia tem propiciado, sobretudo, uma introspecção pessoal e social sobre valores de vida e valoração. 

— As pessoas vinham sempre muito displicentes com a vida, sem dar a ela o devido valor, sem a devida valoração e isso tudo precisa ser objeto de reflexão, tanto no âmbito pessoal quanto no social. Esperamos que no aniversário do ano que vem sejamos seres melhores e que possamos comemorar e vibrar a cultura de Divinópolis —finalizou.

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