Secretário de Saúde confirma disposição de cargo, muda de ideia e segue até decisão do prefeito

Ricardo Welbert  

A semana terminou sem mudança no comando da Secretaria de Saúde de Divinópolis. Em entrevista ao Agora por telefone na noite de quinta-feira, 19, o secretário Rogério Barbieri disse que colocou o cargo à disposição do prefeito Galileu (PMDB) naquele dia, após refletir sobre críticas que vem recebendo na Câmara. 

Nesta sexta-feira, mas, não houve nenhuma novidade durante todo o dia de ontem, mesmo uma possível reunião entre ele e o prefeito. No fim da tarde, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou ao Agora que não houve reunião com o secretário.  

No alvo  

Segundo o relato feito pelo secretário ao Agora, críticas a ele se tornaram frequentes na Câmara. A maior parte dos ataques – e os mais intensos dele – partem do vereador Dr. Delano (PMDB), que por várias vezes já relatou desavenças com o secretário e o chamou de “incompetente” e “péssimo administrador”.  

— Tenho meu trabalho como médico e, apenas a título de comparação, deixando o cargo eu volto a receber mais, o que é bom pra mim. Mas o Galileu não quer que eu saia — comentou. 

Formado em medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Rogério Sichieri Barbieri tem 45 anos e é cirurgião cardiovascular e intensivista. Desde 2009 é também médico cirurgião de carreira da Prefeitura de Divinópolis. 

Poucas horas antes de Rogério confirmar ao Agora que colocou o cargo à disposição de Galileu, o presidente da Câmara, Adair Otaviano (PMDB), disse durante reunião ordinária da última quinta-feira que havia conversado com o secretário e o prefeito 30 minutos antes e que os dois descartaram qualquer possibilidade de mudança no comando da Saúde. 

Nada oficial, ainda  

Procurada por várias vezes pela reportagem ao longo destas quinta e sexta-feira, a Prefeitura informou apenas que não havia qualquer informação oficial sobre uma possível saída de Barbieri. A possibilidade foi informada ao Agora por uma fonte próxima ao prefeito, que pediu para não ser identificada  e publicada com exclusividade.  

Há algumas semanas Rogério teria dito durante uma reunião que se até o dia 5 de outubro a Prefeitura não recebesse ao menos R$ 10 milhões dos cerca de R$ 40 milhões que o Governo de Minas lhe deve, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) poderia parar de funcionar. No dia 3 de outubro o vereador Renato Ferreira (PSDB) levou o assunto à tribuna da Câmara e de lá para as manchetes foi um pulo. 

A repercussão foi tamanha que a Prefeitura precisou convocar uma coletiva de imprensa com o próprio secretário para afirmar que a UPA não fecharia e, assim, acalmar os ânimos de milhares de usuários do Sistema Único de Saúde que ficaram assustados com a informação anterior. 

No fim da tarde de quinta, a assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que não sairia nenhum anúncio de mudança do cargo de secretário de Saúde na edição de sexta do "Diário Oficial dos Municípios Mineiros". Para ser publicado no jornal oficial, o texto precisa chegar ao setor até as 17h do dia anterior – o que não ocorreu. 

Possíveis nomes  

Enquanto o governo não confirma se exonera ou não, alguns nomes correm à boca miúda como favoritos ao cargo. Durante a reunião desta quinta-feira na Câmara, Ademir Silva (PSD) sugeriu que seja José Geraldo Valério, enfermeiro socorrista concursado há 20 anos na prefeitura e que foi diretor do Pronto-Socorro Regional. 

Renato Ferreira disse acreditar que Galileu faria bem se convidasse Dr. Delano para o cargo – já que o vereador tem feito críticas ao atual secretário. 

 

 

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