Secretária de Saúde presta contas, mas não apresenta valores

Uma audiência pública marcada para que a Secretaria de Saúde de Divinópolis (Semusa) informasse aos vereadores sobre os gastos registrados ao longo do segundo quadrimestre de 2017 foi transformada ontem em um conjunto de relatos de serviços prestados pelo órgão. Teve de tudo, menos as contas. Fato que frustrou vereadores que participaram.  

Os integrantes da Semusa apresentaram alguns dados técnicos, mas não apresentaram valores gastos. De acordo com o relatório, a Semusa já gastou R$ 131.489.388 milhões, dos R$ 252.805.906 milhões. Verba que tinha para o ano todo. O valor representa mais da metade. 

De acordo com a planilha apresentada durante a prestação de contas, a dotação anual para a Semusa é de quase R$ 253 milhões. De janeiro a agosto, já foram gastos mais de R$ 130 milhões. O material apresentado também explicitou que o maior montante foi gasto com a assistência hospitalar e ambulatorial: quase R$ 186 milhões, seguido pela atenção básica, com cerca de R$ 28 milhões. Em terceiro lugar de gastos estavam “outras subfunções” (cerca de R$ 25 milhões). Mas, informações que explicassem a aplicação dos recursos não foram mostradas. 

Audiência  
A audiência pública foi realizada a portas abertas. O secretário de Saúde, Rogério Barbieri, que havia dito que o encontro seria um instrumento democrático e uma oportunidade para a população ter contato direto com as principais lideranças na área da saúde do município, não apareceu. 

Ausência que foi muito criticada pelo vereador Delano Santiago (PMDB). O peemedebista também criticou a falta de clareza dos responsáveis em apresentar os números gastos aos vereadores. Foi o que mais criticou e cobrou.  

Comissão de Saúde  
Segundo o membro da Comissão de Saúde,  vereador José Luís da Farmácia (PMN), existem algumas divergências na documentação apresentada.  

— Vi algumas irregularidades. Fiz mais de 12 indagações. Porém, percebemos que nem todos estão capacitados para determinadas respostas. O que queríamos aqui hoje é uma prestação de contas, mas eles fizeram um demonstrativo de trabalho — comentou. 

O vereador também disse que pretende fazer uma análise concreta da documentação apresentada pela secretaria e marcar uma reunião com o secretário de Saúde para obter respostas.  

— Questionei várias situações de auditoria, como o resultado na minha região, São José. Fiz também uma avaliação das receitas. São alguns milhões. De onde está vindo e para onde está indo este dinheiro? — perguntou.  

Ele continua dizendo que nem sempre o que vem sendo mostrado é apresentado com clareza.  

— Falcatrua, ludibriar, isso não é comigo — declarou. 

Para José Luís da Farmácia, a secretaria coloca termologias, gráficos que não são claros. 

— Percebemos que existem divergências e incoerências. E quem deveria estar falando não está aqui, seja o secretário de saúde ou o tesoureiro. Esperamos que na próxima tenhamos pessoas com precisão — finalizou. 

O presidente da Comissão de Saúde, Renato Ferreira (PSDB), disse que pretende cobrar esclarecimentos.  

— Faremos um ofício à Semusa pedindo esclarecimentos sobre os pontos levantados por nós, vereadores. As apresentações são padronizadas. Mas, hoje vivemos uma realidade na qual o povo pede transparência. Queremos transparência nas próximas audiências e também os detalhes que não foram apresentados — finalizou. 


 

 

 

 

 

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