Se não você quer aparecer, não deixe que o fato aconteça

 Vereadores, sigam este conselho de Laudivío Carvalho, do programa da Itatiaia Patrulha: “Se você não quer aparecer, não deixe que o fato aconteça”, que vamos nos dar bem! Ora, quem lê minha coluna sabe que fico atento aos erros e contradições dos edis na Tribuna da Câmara Municipal. Alguns falam coisas absurdas nas reuniões ordinárias e depois ficam “p da vida”, quando as publico aqui. E, não adianta ligar para a diretora do jornal, Janiene Faria, pedindo direito de resposta, porque quando, por algum erro de interpretação, a notícia não corresponder à verdade, eu ofereço o espaço para que o vereador citado possa se explicar. Te cuidem.

 Micou a manifestação contra a Copasa

 Era de se esperar que a manifestação contra a Copasa, convocada pelo vereador Sargento Elton, com o apoio do deputado estadual Cleitinho Azevedo, e o recém-empossado vereador Matheus Costa, seria um retumbante fracasso. Primeiro porque os vereadores não perceberam ainda que os cidadãos divinopolitanos já entenderam a importância da construção do sistema de tratamento de esgoto do rio Itapecerica e afluentes. Sabem que, sem estas obras, o rio que corta o Centro da cidade vai se tornar um esgoto a céu aberto, lamacento e fedido. Também compreendem que, para fazer esta grandiosa obra, a empresa vai mesmo transformar a cidade em um canteiro de obras, com buracos enormes e causar muito transtorno à mobilidade urbana. E tem mais!

 E mais

 Cidadãos já estão cansados dos blá-blá-blá de alguns vereadores que prometem ações contra a Copasa, que frustram os eleitores, porque elas não se realizam. Quantas vezes edis prometeram que a taxa EDC seria suspensa? Sabem por que a taxa de Esgoto Dinâmico com Coleta (EDC) é cobrada? Porque ela é legal. A Copasa, conforme decisão judicial do juiz Núbio de Oliveira Parreiras, está autorizada a cobrar a taxa EDC pela condução do esgoto porque ela presta este serviço. E, esta sentença já transitou em julgado, ou seja, se tornou definitiva, já que o Tribunal rejeitou a Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público para suspender a taxa. Então, edis, não se iludam!

 Sem cacife ($) para substituir Copasa

 A Prefeitura de Divinópolis não tem capacidade de endividamento, nem de pagamento para pedir a rescisão do contrato com a Copasa e, através de uma autarquia municipal, assumir o tratamento e distribuição da

água e o tratamento de esgoto. Já escrevi aqui e repito: a

solução para resolver a falta de água e de tratamento do esgoto em Divinópolis não é cancelar o contrato com a empresa, e, sim, obrigá-la a cumprir seus dois contratos firmados com a prefeitura. Quem já leu e estudou os dois contratos sabe que, se a Prefeitura, por meio do Prefeito, encontrar uma brecha para rescindir os dois contratos, terá que indenizar a Copasa. Só pelo direito de usar a rede de coleta de esgoto de Divinópolis a empresa pagou R$ 27,700 milhões, que terá de ser devolvido com juros e correções. Além disso, todas as obras e melhorias feitas pela Companhia seriam acrescidas no valor da multa rescisória. E mais: todos os contratos com fornecedores que a Cia. firmou, passariam a ser de responsabilidade da Prefeitura. Então, chega de teses e blá-blá-blá e vamos encarar nossa realidade: a melhor estratégia é tentar ter a Copasa como parceira, e não como adversária, como muitos políticos a veem.

 Prefeitura não quer saída da Copasa

 Agora é tarde para pedir a saída da Copasa. O grande erro aconteceu em 2001, quando o então Prefeito Galileu, sem consultar a população, foi a Belo Horizonte e renovou a concessão do tratamento e distribuição da água com a Copasa, sem exigir dela que, em contrapartida, tratasse o esgoto. E quando o Ministério Público de Divinópolis criou uma força-tarefa para averiguar as irregularidades cometidas pela Copasa na cidade, o procurador geral do município, Wendel Santos, representando o Poder Executivo, afirmou, na época, que não era o momento de a Administração romper o contrato. Ele ainda avaliou que era mais prudente deixar a rescisão com a empresa para um momento extremo, porque um rompimento dessa envergadura traria consequências financeiras gravíssimas para o município, pontuou.

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