Saúde investiga possível morte por febre maculosa em Divinópolis

Gisele Souto

A morte de uma paciente de 24 anos pode ter sido causada pelo primeiro caso de febre maculosa neste ano em Divinópolis. Segundo informações de pessoas próximas à jovem, ela teria ido ao Parque da Ilha. suspeita é maior devido aos sintomas apresentados pela paciente e por outros casos da doença terem sido confirmados em pessoas que frequentaram o espaço.

Apesar de o parque ser conservado pela Prefeitura, em vários pontos do rio Itapecerica, capivaras habitam a sua margem. Elas são vistas em diversos horários em toda a extensão em que o rio corta a cidade. Os animais não transmitem a doença, mas hospedam o “carrapato estrela” que, ao ter contato com o ser humano, é infectado com a bactéria Rickettsia rickettsii.

O caso

A paciente deu entrada na Unidade de Proto Atendimento (UPA) no dia 30 de junho, sábado último, às 11h55, queixando-se de dor no corpo, moleza e febre há quatro dias. Já no dia seguinte, domingo, 1º, precisou ser transferida para o Complexo de Saúde São João de Deus. A jovem deu entrada na unidade às 14h, mas morreu três horas depois. De acordo com informações da Prefeitura, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) já investiga a morte.

Evolução rápida

O São João de Deus confirma a entrada da paciente e, segundo o setor de Controle de Infecção do hospital, o quadro jovem evoluiu muito rápido, resultando em morte em pouco tempo, aproximadamente três horas. Nessa situação, foram colhidos exames de rotina e para leptospirose, mas os resultados ainda não saíram.

Já a UPA não informou os exames realizados na unidade no tempo em que a paciente esteve lá, sob alegação de que são dados sigilosos. 

Amostras foram encaminhadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) em Belo Horizonte. Os resultados devem ficar prontos em cerca de 15 dias.

A jovem deixa uma filha que completaria 2 anos em breve.

Casos

De acordo com dados do Datasus, Divinópolis não registrou nenhum caso em 2018 nem em 2017. As últimas notificações confirmadas ocorreram em 2016, totalizando três. Porém, de acordo com a Superintendência Regional de Saúde (SRS), alguns casos ainda podem estar em análise laboratorial, por isso não foram contabilizados.

Sintomas

Os sintomas da doença são: febre, de moderada a alta, podendo durar de 2 a 3 semanas; fortes dores de cabeça; dor no corpo; calafrios; edema dos olhos e conjuntiva. O tratamento é feito com a administração de antibióticos, nos primeiros 2 ou 3 dias, sendo que o ideal é estender a medicação por 10 a 14 dias. Quando o tratamento é feito tardiamente, podem ocorrer graves complicações, comprometendo o sistema nervoso central, rins, pulmões e lesões vasculares, podendo levar a morte.

 

 

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