São João de Deus suspende atendimentos pelo Ipsemg

Gisele Souto

A demora na marcação de consultas, a falta de material de laboratório e a dificuldade de acesso a especialidades médicas já não são mais os únicos problemas enfrentados por quem precisa do atendimento do Instituto de Previdência dos Servidores de Minas Gerais (Ipsemg). Agora, eles não têm mais onde nem se consultar em casos de emergência. Pelo menos em Divinópolis. Está suspenso desde ontem o acolhimento de pacientes para qualquer procedimento no Complexo de Saúde São João de Deus. O motivo são os repasses atrasados há quatro meses. Segundo informações do hospital, desde fevereiro último, o instituto não repassa nenhum valor à unidade de saúde. Informa ainda que os débitos vencidos chegam a R$ 1.645.707, 25.

Diante do atual quadro, o hospital revela que, desde ontem, estão suspensas todas as consultas de Pronto Atendimento, qualificadas como verde e azul, pela Classificação de Manchester, assim como os procedimentos cirúrgicos eletivos do convênio.  

Interior

O problema é mais grave justamente no interior, tendo em vista que, na maioria dos municípios, os servidores têm acesso apenas a um hospital, como é o caso de Divinópolis. A reportagem fez contato com os outros três que atendem por diversos planos de saúde na cidade, Nenhum realiza qualquer procedimento pelo Ipsemg. A demanda fica restrita ao São João de Deus. 

Básico 

Alguns laboratórios e hospitais tomaram uma decisão ainda mais drástica. Descredenciaram o Ipsemg. Além disso, outros prestadores de serviço teriam deixado de atender.

As denúncias de servidores da educação e saúde dão conta ainda que, onde ainda existem atendimentos, as filas são enormes; falta de materiais básicos, medicamentos e até profissionais. Denunciam ainda cancelamentos de procedimentos e corredores do serviço médico de urgência lotados.

Pressão 

Alguns sindicatos vêm promovendo ações pontuais para pressionar a direção do instituto e o governo devido à precarização dos serviços.

As entidades sindicais denunciam que a falta de repasses aos prestadores de serviço é uma espécie de desvio de recursos da Previdência para o caixa único do Tesouro.

Crise financeira

O Ipsemg, por meio de sua assessoria de comunicação, afirma que tem honrado os compromissos com fornecedores e prestadores de serviço à medida da disponibilidade financeira, lembrando que o Estado passa por uma grave crise que, inclusive, levou o governo a decretar situação de calamidade financeira, com aprovação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O instituto diz ainda que mantém o diálogo com os credenciados em busca de proposta para a continuidade dos atendimentos.

 

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