Santo da casa faz milagres, sim

José Carlos de Oliveira 

Quando ninguém mais esperava e tudo conspirava contra, o Guarani foi lá no Ipatingão e conseguiu uma vitória heroica, daquelas para lavar a alma de qualquer torcida. Venceu de virada o Ipatinga por 2 a 1 no quintal do inimigo e com um gol a poucos minutos do tempo final. Foi emoção para todos os gostos e até o apito final do árbitro, do jeito que mata qualquer cardíaco do coração.

Hora de festejar 

Tem alguns torcedores por aí – poucos, felizmente – desmerecendo o triunfo bugrino no Ipatingão, como se a vitória não importasse tanto assim. E importa, sim, e muito, principalmente àqueles que realmente amam o Guarani e o futebol da cidade. 

Vencer e evitar um iminente rebaixamento para a Segunda Divisão é feito para ser festejado ainda por um bom tempo por toda a torcida – pelo menos para aqueles que realmente amam o clube e esperam vê-lo sempre no lugar mais alto do futebol das Minas Gerais.

Bicho gordo

O fato de os atletas receberem ou não um “bicho gordo” não importa, o que interessa é que eles foram lá e cumpriram direitinho o papel que se esperava deles: viram, venceram e evitaram que o Bugre, e por tabela toda a cidade de Divinópolis, tivesse que amargar o vexame de ser rebaixado para a Segunda Divisão – na realidade a terceirona do futebol das Minas Gerais. 

Aí, sim, era motivo para estar “p... da vida” hoje e soltando os cachorros para cima de todo mundo. Como venceram e evitaram o pior, a última impressão é a que fica. 

Eu sou é Bugre, e estamos conversados. 

A aposta

E uma pessoa, mais do que todas as outras, tem motivos mais do que especiais para estar festejando a grande vitória de sábado no Ipatingão. E ela é o treinador Adriano Ricardo, uma aposta da diretoria que acabou dando certo.

Saindo da escolinha de futebol do Vasco da Gama, do bairro Afonso Pena, e indo direto para o time profissional do Guarani – e o pior de tudo, tendo que enfrentar um ambiente totalmente hostil, onde muitos torciam era para ver o Guarani no buraco – , ele foi lá e, como todo bom mineiro, comendo pelas beiradas, evitou que acontecesse o pior. 

Na partida decisiva de sábado, via-se o dedo do treinador, que conseguiu em pouco tempo de trabalho levantar o astral do grupo de jogadores, fazendo de um limão uma limonada.

Sonhar sempre

Agora, com a permanência no Módulo II assegurada, a hora é de arregaçar as mangas e começar desde já a preparar a temporada de 2021, montando uma equipe de trabalho que comece a adubar o terreno para que o clube tenha condições de voltar a sonhar – o mínimo que se pode pedir de quem está à frente do Bugre. 

E esta é uma tarefa para o presidente Araújo. Então, para ele, a palavra de ordem é saia da toca e encare a guerra de peito aberto, porque ninguém espera mais de um presidente do Guarani do que muito trabalho e que dê, sim, motivos à torcida para voltar a sonhar.

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Bons nomes para o futuro

E nem tudo que o Guarani apresentou nos últimos jogos deve ser jogado na lata do lixo. A cobrança foi por demais exagerada e acredito que, se houvesse tempo para mais trabalho, alguns jogadores deste atual elenco poderiam mostrar bem mais do que renderam. Mas alguns poucos nomes, mesmo com a péssima campanha, mostraram qualidades e, ficando por aqui para 2021, acabarão por se tornar ídolos da exigente torcida bugrina. 

O goleiro Gustavo Marques e o garoto Pedro Henrique, o Pedrinho, são dois deles. Mostraram qualidades e honraram a camisa do Bugre, e têm desde já os meus agradecimentos por terem ajudado o clube a não se afundar ainda mais na lama.

 

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