Salários de médicos da UPA de Divinópolis continuam atrasados

 

Rafael Camargos
Entra ano e sai ano e parece que a situação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto em Divinópolis fica longe de uma solução. Depois de um 2017 cheio de polêmicas, envolvendo tanto a Santa Casa de Caridade de Formiga quanto e a Prefeitura, o novo ano começou cheio de incertezas para os médicos, que já estão perto de completar três meses sem receber novamente.

O atendimento, que até o final do ano passado estava restrito apenas aos casos de urgência e emergência, voltou a ocorrer novamente, e a população tem sido acolhida. Entretanto, faltam os materiais básicos para prestar o atendimento, um problema herdado do ano passado prossegue.

De acordo com as informações apuradas pela reportagem, no último domingo, por exemplo, não havia materiais para realizar um exame de eletrocardiograma nos pacientes, e esse é apenas um dos problemas. Materiais de farmácia e medicamentos também não são disponibilizados aos profissionais.

 — A situação continua na mesma. Os salários seguem atrasados. Falta de material na farmácia, medicação; este fim de semana não tinha papel para fazer eletrocardiograma dos pacientes — contou um dos médicos que trabalha na unidade.

 Pouco mais de um mês 

Convidado pela Santa Casa a assumir a Padre Roberto em dezembro do ano passado, após denúncia do ex-superintende José Orlando Fernandes, de desvio de verbas que eram destinadas a UPA, Geraldinho da Saúde deixou o cargo de secretário de saúde em Formiga para tentar salvar o serviço de atendimento do caos. Um mês e duas semanas após tomar posse, ele comentou a atual situação da unidade.

 — Os recursos repassados pelo município são usados aqui, a gente conseguiu ajustar no mês de dezembro, mas temos faltas, e já comunicamos aos fornecedores e o próprio Município. Como superintendente tenho um olhar bem humano a respeito disso. Precisamos do apoio para que a Santa Casa faça os pagamentos — disse Geraldinho da Saúde.

O superintendente disse ainda que ontem havia enviado um comunicado para a prefeitura pedindo apoio e agilidade.

 — Já se passaram 15 dias e os contratados estão sem salário.  Esta é a única UPA para uma cidade de mais de 200 mil habitantes, o que me conforta é que temos uma equipe humanizada, mas como existe falta de insumos, isso coloca em risco a vida do cidadão. A superintendência tem buscado um caminho para resolver esse problema, temos enviados emails e conversando com a Administração Municipal — comentou.  

Prefeitura

A Prefeitura informou que os salários dos médicos que são de responsabilidade dela foram pagos no dia 12 de janeiro. Sobre a falta de insumos básicos, respondeu que não tem dinheiro para manter a unidade, uma vez que o Estado está devendo 17 parcelas de recursos para a UPA. Ainda segundo a administração, os repasses federais também não foram pagos.

 

 

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