Saia justa no Vaticano

Augusto Fidelis

 

Pelo menos um terço dos mandatários mundiais acordou hoje perplexo, por motivo óbvio: numa linda cerimônia realizada na noite de ontem no Palácio do Eliseu, o presidente Emmanuel Macron reconduziu dona Mariquita ao cargo de principal assessora do governo da França. Na verdade, só os governantes corruptos não queriam a internacional nesse cargo, devido ao seu permanente combate a malfeitos de pessoas sem ética.

É verdade que dona Mariquita volta e meia ameaça determinados governos com bomba atômica. Faz e acontece, mas ninguém pode negar sua imensurável contribuição à Europa no combate ao terrorismo. Lembra-se da invasão do jornal “Charlie Hebdo”, inclusive com a morte de 10 jornalistas? Pois é, foi dona Mariquita quem colocou os terroristas para correr. Os perseguiu pelas ruas de Paris, cortou a cabeça de um e prendeu os outros.

No entanto, passado esse ato em Paris, as atenções se voltam ao Vaticano, onde dona Mariquita foi sondada pelo cardeal Marcelo Sánchez Sorondo para ocupar uma cadeira na Pontifícia Academia das Ciências. Sabe-se que o papa Francisco não é nada simpático à assessora do governo francês.

O problema é o seguinte: ainda no pontificado de Bento 16, dona Mariquita foi convida para a conferência anual da Academia, cujo tema era “Ciência e Sustentabilidade”. Durante os debates, a Internacional teve um arranca-rabo com o físico inglês Stephen Hawking, que embora seja ateu, é membro da instituição. No calor dos debates, dona Mariquita não só calou Hawking como o fez confessar que seu ateísmo não tinha nada a ver com a ciência, mas uma convicção pessoal.

Da Tribuna, depois de belíssima introdução, disparou dona Mariquita: “Ninguém cria nada. Tudo que existe, seja visível ou invisível, foi criado por Deus. Cabe ao homem descobrir e transformar. O cientista descobre coisas que não havia colocado lá. Questionar quem colocou essas coisas lá é assunto teológico. O cientista só as descobre. O crente vê nelas a presença de Deus”.

Dona Mariquita foi aplaudida de pé por mais de quinze minutos. Evidentemente, devido a esse sucesso, os marotos começaram a dizer que a internacional plagiou Sorondo, mas o próprio desmentiu, inclusive com elogios à tribuna. Agora, devido ao ciúme que existe em qualquer lugar onde há a presença do ser humano, alguns cientistas não querem dona Mariquita no Sodalício. Foram ao papa e disseram: “Santidade, mantenha essa mulher longe de nós”. Uma lástima!

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