Sagradas Escrituras de Mary Baker

Raimundo Bechelaine

Semana passada, tivemos duas especiais alegrias. Assistimos ao concerto do Coral Exsultate Voces, que apresentou a “Missa do Orfanato”, de Mozart. Parabéns e agradecimentos ao regente, Alaor Gonçalves, e aos membros do Coral, por nos terem proporcionado esta oportunidade. Na mesma noite, ganhamos de uma amiga o livro: “Ciência e saúde com a Chave das Escrituras”. A autora, Mary Baker G. Eddy, foi uma escritora e pastora protestante estadunidense. É também a fundadora, no século dezenove, da chamada Primeira Igreja de Cristo Cientista, sediada em Boston, nos Estados Unidos. Lá está estabelecida a sede da Igreja.

A obra foi publicada em 1875. A primeira edição brasileira é de 1963, reeditada três vezes. Através dela, foi-nos possível conhecer mais uma das milhares de seitas protestantes. Ao romper com a Igreja e colocar em prática o princípio do livre exame das Escrituras, o protestantismo ficou como um barco à deriva em alto mar. Foi tomado de assalto por todos os individualismos e interesses que viessem a aflorar. Isto resultou no seu fracionamento em milhares de divisões. Cada uma destas denomina-se Igreja de Cristo, ou Evangélica, porém com divergentes e contrastantes interpretações das Escrituras. Há seitas protestantes que negam a crença na Trindade Divina e na divindade de Cristo, outras praticam leis disciplinares do Velho Testamento, outras aprovam a poligamia ou até acrescentam escritos sagrados além da Bíblia. Entre estas, é bem conhecido que a chamada Igreja dos Santos dos Últimos Dias adota o “Livro dos Mórmons” como inspirado, igualando-o à autoridade da Bíblia.

Porém, através do presente recebido, viemos agora a saber de outros escritos acrescentados à Bíblia. O livro “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras” é tido pelos adeptos da Igreja de Cristo Cientista como divinamente inspirado. Seus capítulos são divididos em versículos numerados. Na página de abertura, há três citações. Inicialmente, João 8,32: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Curiosamente, segue-se um verso de William Shakespeare: “Nada há de bom ou de mal, a não ser que o pensamento o torne assim”. Faz lembrar uma das obras de Frederico Nietzsche: “Além do Bem e do Mal”, publicada em 1886. Por fim, em quatro linhas, uma exclamação de louvor da própria autora.

O livro divide-se em 18 capítulos e um prefácio da própria autora. O tema central é o que ela chama de ciência cristã. É uma obra para se ler apenas como uma interessante curiosidade. Nada mais.

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